Ao contrário do genoma humano, que possui uma variedade impressionante de genes – na casa dos milhares – o genoma do vírus HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana, sigla do inglês) é bastante simples – conta com apenas nove genes. “O problema é que ele é um vírus muito esperto, que se multiplica bem depressa e que, a cada ‘geração’, sofre mutações”, aponta a infectologista do Hospital Nove de Julho e especialista em AIDS, Sumire Sakabe. É por isso que é tão difícil produzir uma vacina eficaz, e também é por esse motivo que o vírus resiste tanto aos medicamentos.
Como o HIV age?
O grande problema do HIV é que ele ataca os linfócitos CD4, que são células importantíssimas para a defesa do nosso organismo. Localizados no glóbulo branco e em outros tecidos, eles têm como função coordenar o sistema imunológico. Quando atacados, eles se desorientam, enfraquecem e tornam a pessoa vulnerável a doenças mais sérias.
O curioso é que o infectado até produz anticorpos, mas, ao contrário de outras enfermidades em que é possível tomar uma vacina, produzir anticorpos e assim remover a ameaça, com a AIDSs não é assim, pois os anticorpos produzidos não são capazes de eliminar a infecção.
Mas ter HIV não é a mesma coisa que ter AIDS. É muito comum lermos que, anos atrás, receber o diagnóstico de ser portador do vírus era sinônimo de uma sentença de morte. Porém, tudo mudou: os avanços no tratamento tornaram os soropositivos capazes de conviver com o HIV por uma vida toda, sem grandes complicações.
Consultoria: Sumire Sakabe, infectologista do Hospital Nove de Julho
LEIA TAMBÉM
- AIDS: entenda a síndrome e como agem os medicamentos
- AIDS: os avanços e as dificuldades na busca pela cura