Como um acumulador consegue manter a higiene de sua residência se cada parte do lugar fica com coisas entulhadas de cima a baixo? A resposta é: não consegue. E esse é um dos principais pontos a serem levantados, tanto relacionados à higiene pessoal quanto às condições habitacionais. Não só o ambiente onde vive a pessoa com o Transtorno de Acumulação se torna uma bagunça, mas, consequentemente, toda a sua rotina.
Quando o distúrbio atinge um grau mais avançado, a sujeira se torna parte do dia a dia devido à desorganização. Isso porque cômodos essenciais para necessidades básicas, como a cozinha para a alimentação e os banheiros para higiene pessoal, ficam tomados, impossibilitando a realização das mesmas. Desse modo, a desnutrição e problemas dermatológicos podem ser acrescentados às dificuldades causadas pela acumulação compulsiva.
Outro obstáculo gerado pelo transtorno é o aparecimento de pestes devido ao descuidado com a grande concentração de pertences. Montes de embalagens, restos de comida, entre outros, viram um ambiente propício para o aparecimento de ratos e baratas, por exemplo, que podem trazer doenças graves.
Mas, se o acumulador não consegue jogar nada fora, então como essa situação pode melhorar?
Para lidar com a acumulação
Primeiramente: não descarte nada ou force o indivíduo a se livrar de qualquer item. Em segundo lugar: busque a ajuda de um especialista, psiquiatra ou psicólogo, uma vez que é difícil para o próprio acumulador procurar uma consulta. Esse profissional fará o diagnóstico do paciente por meio de uma conversa, analisando o quadro. E, em seguida, aconselhará qual o melhor caminho a ser tomado para buscar uma qualidade de vida mais decente.
Como indica o psiquiatra Marcelo Queiroz Hoexter, a intervenção pode ser por meio de tratamento medicamentoso ou acompanhamento terapêutico. “A primeira por medicações que ajudam essas pessoas, como antidepressivos. Outra modalidade de tratamento que ajuda bastante são as os métodos psicoterapêuticos. A principal técnica de psicoterapia é a terapia cognitivo-comportamental”, conclui o psiquiatra.
Essas intervenções são características do tratamento para TOC. Contudo, os métodos não se mostram tão eficazes para os casos de Transtornos de Acumulação, o que exige uma maior paciência para uma melhora gradual.
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Texto: Giovane Rocha/Colaborador – Entrevista: Érica Aguiar
Consultoria: Marcelo Queiroz Hoexter, psiquiatra