Segundo a Sociedade de Pediatria, nascem por ano cerca de 340 mil bebês prematuros ao redor do mundo, ou seja, antes que a gravidez complete 37 semanas de gestação. As causas da prematuridade são diversas, assim como as consequências de nascer antes do tempo. Por isso, o acompanhamento com neuropediatra é fundamental para garantir que todos os cuidados com a criança sejam respeitados.
Nos últimos anos, graças aos avanços da medicina neonatal, a taxa de sobrevivência dos prematuros aumentou. Para se ter uma ideia, hoje, mais de 80% dos prematuros vencem a batalha pela vida, mesmo aqueles considerados prematuros extremos, ou seja, que nascem entre 24 e 30 semanas de gestação. Esse índice de sucesso, é claro, depende dos recursos disponíveis e de centros especializados em prematuridade.
Segundo a neuropediatra Andrea Weinmann, especialista no seguimento de prematuros em Campo Grande (MS), embora a taxa de mortalidade tenha diminuído nos últimos anos, é preciso se preocupar com as morbidades, ou seja, com as doenças que surgem nos prematuros por terem nascido antes do tempo.
Diagnóstico precoce de atrasos é fundamental
Quanto mais precoce é o parto, maior é o risco de desenvolver sequelas. “Infelizmente, a prematuridade pode trazer algumas consequências importantes, por isso, o acompanhamento com neuropediatra é feito desde o nascimento e deve ser cuidadoso, principalmente nos dois primeiros anos de vida para intervenções precoces. Na idade pré-escolar também é fundamental, pois problemas de comportamento e de aprendizagem são bastante comuns em crianças que nasceram antes do tempo”, explica a médica.
O desenvolvimento infantil é avaliado de acordo com os marcos do desenvolvimento, ou seja, as habilidades que o bebê desenvolve de acordo com a sua faixa etária – andar, falar e engatinhar são algumas. No caso dos prematuros, o acompanhamento com neuropediatra é essencial, pois ele irá avaliar os marcos do desenvolvimento usando a correção da idade.
Janela de oportunidade
Quanto antes for feita intervenção, melhor o prognóstico. “Nos dois primeiros anos de vida, a neuroplasticidade é intensa, ou seja, o cérebro do bebê apresenta uma capacidade maior de estabelecer novas conexões neuronais para desenvolver certas habilidades. É fundamental aproveitar essa ‘janela de oportunidade’ para realizar as terapias específicas. Um exemplo: se há atraso na aquisição da fala, a fonoaudiologia irá ajudar a corrigir o desvio. Se isso for feito de forma precoce, o resultado será mais rápido e eficaz”, comenta Andrea.
Consultoria Andrea Weinmann, neuropediatra especialista no seguimento de prematuros em Campo Grande (MS)
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