Atualmente Descrito pela primeira vez na década de 1970 pelo psicanalista germano-americano Herbert Freudenberger, o burnout tem atingido níveis assustadores nos últimos anos. Segundo dados da seção brasileira da International Stress Management Association (ISMA-BR), uma associação voltada ao controle do estresse, cerca de 30% da população de trabalhadores do Brasil sofre com a síndrome de burnout. A pesquisa foi realizada entre pessoas de 25 a 60 anos das cidades de São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS).
Diversos fatores contribuem para o aumento desse espantoso número. De acordo com a psiquiatra Emanuella Novello Halabi, com a competição do mercado, o estresse pode ser algo comum e proveitoso, já que direciona na tomada de decisões profissionais e de trabalho. “Contudo, se esse estímulo estressante se mantém, pode se tornar algo extremamente agressivo à saúde mental de uma pessoa. Além disso, a produtividade – chamada de ‘reestruturação produtiva’ – tornou-se uma exigência muito maior, abrangendo mais e mais atividades delegadas a somente uma pessoa”, explica a especialista. Ademais, não é apenas o trabalho que gera a síndrome de burnout: a possibilidade de demissões em massa também é apontada como fator.
Para vencer
Por se tratar de um transtorno diretamente ligado à atuação profissional, as primeiras atitudes a serem consideradas devem estar relacionadas à atividade. Para os especialistas, é preciso avaliar se o ambiente do trabalho possui fatores que causam o estresse ou se são as atitudes da própria pessoa que passam a ser o ápice de tal acometimento. Além disso, é necessário observar se a causa do esgotamento está ligado ao emprego atual ou se há relação com a profissão em si.
Observado o problema, o acompanhamento se dá com um psiquiatra, que ministrará o uso de medicamentos recomendados, aliado à psicoterapia. “Junto à terapia, aconselha-se a busca de ações que visem melhorar a qualidade de vida, prevenindo o estresse e garantindo boa saúde física, como dormir bem, equilibrar a alimentação, praticar atividades físicas e atividade prazerosa e interações sociais saudáveis”, aconselha o psicólogo Davi Ruivo.
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Consultorias: Davi Rodriguez Ruivo Fernandes, psicólogo da clínica Elabore – Psicologia & Saúde, em Santo André (SP); Emanuella Novello Halabi, psiquiatra.
Texto e entrevistas: Augusto Biason/Colaborador