Tudo preparado com carinho para a chegada do bebê: a decoração do quarto, o berço, as roupinhas, mas, sem nenhuma explicação aparente, a nova mamãe se mostra desanimada, irritada e, em casos mais graves, chega a rejeitar o filho. Durante muito tempo a depressão pós-parto foi tratada como loucura. Afinal, o que explica uma mãe ficar triste com o nascimento do bebê? Confira como se dá a doença e 10 sintomas da depressão pós-parto.
Alterações químicas
O principal fator que pode desencadear a depressão após o parto é a alteração no quadro hormonal. “Esta mudança é muito abrupta, como por exemplo no aumento da prolactina que, apesar de ser responsável pela produção do leite materno, é um hormônio depressor”, explica a ginecologista Elisabete Dobao. De acordo com ela, outros fatores que podem ser responsáveis pelo problema são: situação traumática durante o parto, história patológica anterior e as alterações radicais na vida conjugal, familiar, profissional e social. “Todos esses fatores podem levar à depressão, mas em graus variados. Se for grave, é necessário acompanhamento psiquiátrico”, afirma a especialista.
Características e sintomas
Há que se diferenciar a depressão pós-parto (confira no quadro abaixo 10 sintomas da depressão pós-parto), o Baby Blues (Tristeza Materna ou Melancolia da Maternidade) e a Psicose Puerperal. O Baby Blues é mais comum — atinge cerca de 80% das mulheres que sofrem com a doença após o parto — e pode ser definido, grosso modo, como uma depressão de grau leve. Em geral, ocorre a partir da primeira semana após o parto, dura alguns dias ou semanas, e se caracteriza por baixa auto-estima, irritabilidade, choro freqüente, indisposição, insatisfação com relação ao próprio corpo, estranhamento na relação com o cônjuge, etc. Os sintomas do Baby Blues são muito normais após o parto, mas o acompanhamento ginecológico e psicológico é imprescindível. A Psicose Puerperal é mais rara — afeta 0,2% das mulheres — e é grave, necessitando de medicação e tratamento psiquiátrico. Alucinações, delírios, pensamentos desconexos e perda do senso de realidade são algumas das características. Neste caso, não é recomendado o aleitamento materno e o ideal é que outra pessoa, que não a mãe, fique responsável por cuidar do bebê.
Tratamentos
Em geral, nos casos mais leves, essas alterações no humor pós-parto desaparecem espontaneamente, após algumas semanas. No entanto, um acompanhamento ginecológico e psiquiátrico é recomendado. Já nos casos em que a depressão é de grau moderado ou grave é importante iniciar o mais rápido possível um tratamento à base de medicamentos antidepressivos e sessões constantes de apoio psicoterápico. A duração do tratamento varia muito de pessoa para pessoa e depende da evolução da paciente. “É preciso respeitar o diagnóstico clínico de sinais e sintomas”, frisa Dobao.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Elisabete Dobao, ginecologista
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