Engana-se quem pensa que a ansiedade seja um problema típico da modernidade. Ela está presente em nossas vidas muito antes do que imaginamos. A psicóloga Adriana Serrano explica que os processos fisiológicos do sentimento são naturais, mas as situações nas quais eles aparecem, não. Cada pessoa, em sua história de vida, aprende como ameaçador um determinado grupo de estímulos pode ser, aos quais irá reagir com uma resposta ansiosa. “É por isso que uma pessoa pode ficar ansiosa diante de um determinado estímulo que, para outra pessoa, é neutro”, diz.
A profissional afirma que, na nossa espécie, a ansiedade foi sendo selecionada (pelo processo de seleção natural) por ser um sentimento de alerta para perigos e disparando comportamentos de fuga ou enfrentamento do predador. Porém, a diferença é que, atualmente, não temos mais que fugir de predadores, e o sentimento ansioso passou a ser disparado pelos mais diversos estímulos, deixando, assim, de ter um papel adaptativo para a manutenção da vida do ser humano.
Nem mesmo as crianças escampam!
Nos dias atuais, a ansiedade também tem aparecido com frequência nas crianças, que hoje são submetidas a pressões sociais desde cedo. A pressa constante e a necessidade de desenvolverem, desde pequenas, habilidades não naturais para sua idade, além de outros fatores, contribuem para que os pequenos também sofram com os sentimentos de ansiedade. “Como seu desenvolvimento emocional se dá, em grande medida, no plano físico, não é incomum que esses sentimentos estejam por trás de doenças físicas e comportamentos agressivos, por exemplo”, completa Adriana.
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Texto: Amanda Araújo/Colaboradora – Edição: Augusto Biason/Colaborador
Consultorias: Adriana Serrano, psicóloga comportamental; Leonard Verea, médico psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de Milão, Itália.