A esquizofrenia é uma doença grave, complexa, intrigante e suas causas ainda não são totalmente conhecidas. As manifestações do problema são muito variáveis. No geral, as pessoas com a doença têm dificuldade de distinguir o real do imaginário. Podem vivenciar mudanças na sua forma de pensar e sentir, prejudicando suas relações afetivas e seu desempenho profissional e social.
Compreendendo a doença
Mas vamos entender, então, o que é esquizofrenia: trata-se de uma das principais doenças mentais, caracterizada, principalmente, pelas distorções do pensamento e da percepção, desinteresse, desânimo, afetividade inadequada ou nula e prejuízos no funcionamento social ou ocupacional. A psicóloga Vania Cruz explica que a primeira crise se manifesta principalmente em adultos jovens, até 30 anos de idade. “Existe um período de sinais e sintomas inespecíficos que pode preceder o primeiro surto em meses ou anos. Casos de esquizofrenia raramente ocorrem antes da puberdade e acima dos 50 anos”, afirma Vania.
De olho nos primeiros sintomas
A esquizofrenia é uma doença que acarreta grande carga de sofrimento para a pessoa, sua família e amigos. Quanto antes for iniciado o tratamento, melhor será sua evolução. Mas frequentemente é necessário que o acompanhamento se dê por toda a vida. “A baixa sociabilidade, com predileção por atividades solitárias ou ansiedade social e as alterações cognitivas, principalmente déficits de memória verbal, atenção e funções executivas, podem ser consideradas alterações que antecedem a doença”, explica a psicóloga.
Entre delírios e alucinações
Para entender melhor como a esquizofrenia atinge o cérebro, a psicóloga explica cada um desses sintomas:
• Transtornos do pensamento: são delírios e alucinações
• Distúrbios formais do pensamento: aparecem quando o doente apresenta pensamentos que saltam de um tópico a outro, às vezes, sem conexão aparente
• Alterações no comportamento: o indivíduo pode ficar parado por um longo período de tempo ou se engajar numa atividade repetitiva e aparentemente sem finalidade
• Alteração no afeto: em casos mais graves, os indivíduos tornam-se indiferentes ou apáticos, evitam o contato com olhar, apresentam mudanças na expressão facial e os movimentos espontâneos e os gestos expressivos podem estar diminuídos
Tratamento
Sabe-se que a cura completa não é comum. A hospitalização é indicada apenas quando há falta de suporte familiar ou risco para o próprio paciente e pessoas próximas. Quando há esse suporte, em geral, não há necessidade de internação, e o paciente pode ser tratado em ambulatório.“Para cuidar da pessoa com a doença, os médicos optam pelo uso de neuropléticos, também chamados de antipsicóticos de primeira ou segunda geração e terapia. Mas grupos de autoajuda também podem ser eficazes. O desenvolvimento da doença é bastante variável, podendo evoluir para uma deterioração ou recuperação”, comenta Vania.
Apoio familiar
Segundo Vania, a terapia familiar, combinada às intervenções diretamente direcionadas ao paciente, reduzem as taxas de recaídas na esquizofrenia, garantindo, consequentemente, um melhor prognóstico. “As famílias necessitam de orientações sobre a natureza da doença, desenvolvimento de habilidades para o melhor relacionamento possível com o paciente”, coloca a psicóloga. Além disso, é necessário ajuste das expectativas dos familiares quanto aos reais limites de cada paciente.
Texto: Jussara Tech | Consultoria: Vania Cruz, psicóloga
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