O tratamento da doença de Alzheimer (DA), assim como sua causa, é um questionamento constante entre os estudiosos. Infelizmente, a cura ainda não foi descoberta, mas diversas pesquisas avançam cada vez mais na busca de terapias eficazes.
O tratamento medicamentoso pode ajudar amenizando os distúrbios de comportamento e, aliados ao acompanhamento de fisioterapeutas e fonoaudiólogos, assim como o apoio familiar, melhoram o cuidado e a qualidade de vida de pacientes com a doença.
Um exemplo de remédio é o adesivo de rivastigmina, que funciona sendo aplicado na pele e é distribuído gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O adesivo ajuda a diminuir os efeitos colaterais da doença, como náuseas, vômito e perda de apetite. Isso se dá porque seu princípio ativo é transmitido direto à corrente sanguínea, sem passar pelo sistema digestivo.
No entanto, deve-se saber que os medicamentos não evitam o avanço da DA, mas na verdade retardam a chegada dos estágios avançados. Ou seja, “os medicamentos prolongam o nível de independência dos pacientes em alguns anos, mas não detêm a formação das placas de amilóide e dos emaranhados neurofibrilares que levam à morte neuronal”, explica o professor de neurologia José Siqueira Neto.
Cotidiano alterado pelo Alzheimer
Considerada uma doença gradativa, sabe-se que o Alzheimer pode chegar em etapas na vida de uma pessoa, se desenvolvendo em fases. “No início, ela começa disfarçadamente, com falhas sutis e desculpáveis da memória. Aos poucos se torna mais grave e, por fim, incapacita a pessoa de forma irremediável”, explica Martin.
As alterações cotidianas podem iniciar com a perda de memórias recentes, como lembrar de compromissos ou alguma outra informação. Neste momento, é comum que o paciente utilize bilhetes com anotações para se lembrar das atividades ou que tenha uma pessoa da família para ajudá-lo com as lembranças.
As mudanças podem acabar comprometendo diversas áreas do dia a dia, chegando, por fim, na fase de demência. Nesta situação, o paciente já não possui controle sobre atividades consideradas simples por uma pessoa saudável, como comer, beber água, manter um diálogo… Além disso, ele pode desenvolver problemas com higiene pessoal e dificuldades para caminhar e manter a postura, por exemplo.
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Texto e entrevistas: Jéssica Pirazza/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: José Ibiapina Siqueira Neto, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC); Martin Portner, neurologista