Basta alguém ter o humor um pouco instável, sentir-se triste em um dia e feliz no outro para amigos e familiares chamarem essa pessoa de bipolar, às vezes até de forma ofensiva. O mesmo ocorre quando a pessoa muda de opinião com frequência. Mas o que é necessário entender é que ninguém é totalmente estável. Essas nuances fazem parte da vida de cada um e não caracterizam necessariamente o problema. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o transtorno bipolar é causa de incapacitação e ocupa a sexta posição no ranking das doenças que mais interferem na rotina de trabalho dos pacientes. Saiba mais sobre o problema!
Opostos no mesmo corpo
A marca da doença são as alterações de humor. “Geralmente ela é caracterizada por mudanças no comportamento. A pessoa fica triste, irritada, sem ânimo ou impaciente, desmotivada, com a mente, a fala e o jeito acelerados o que caracteriza sua forma eufórica, também conhecida como mania. Essas duas formas se apresentam na mesma pessoa, resultando transtorno”, explica o psiquiatra do Hospital Adventista Silvestre, Sander Fridman.
Mania
Trata-se da fase eufórica da doença no grau mais intenso. É comum que a pessoa, nessa fase, não aceite o tratamento. Para o paciente ele está muito bem. Sente-se feliz, mais inteligente e bonito que o resto das pessoas e tem o pensamento acelerado. Ele tem comportamentos de risco e chega até mesmo a apresentar delírios e alucinações.
Hipomania: o que é?
Existe uma forma mais branda do transtorno chamada de hipomania. Em episódios desse tipo não há alucinações ou delírios. O paciente têm comportamentos de risco, fala rápida, humor agitado e agressividade. É importante ressaltar que algumas pessoas com a doença nunca chegam na fase de mania. Por isso, uma parte dos bipolares demora até oito anos para receber o diagnóstico. Eles têm períodos de depressão severa e outros em que parecem bem. As pessoas que convivem com eles consideram isso parte do temperamento, quando na verdade, é a hipomania se revelando.
Depressão
Quando o bipolar está no período de euforia, a sensação é de ser a pessoa mais feliz do mundo. Agora imagine alguém que já experimentou esse sentimento no extremo oposto! Os sintomas da depressão são apatia, culpa, desesperança, perda de prazer e interesse e parecem mais intensos em quem acabou de sair da euforia.
Procure ajuda
A psicóloga Angélica Mafra explica que quando essas oscilações de humor afetam as relações sociais ou afetivas, ou ainda prejudicam a vida profissional, impedindo o indivíduo de realizar suas atividades rotineiras, é importante estar atento. “Nesse momento, é hora de procurar um psicólogo e um psiquiatra”. A doença não tem cura, mas, com a ajuda de medicamentos é possível levar uma vida normal.
Bipolaridade em números
Um estudo do Depression and Bipolar Support Alliance (DBSA) nos Estados Unidos mostra alguns dados sobre bipolaridade:
- A média de idade para o início do transtorno é 25 anos, embora possa começar na infância ou aos 50 anos
- O número de afetados é igual em homens e mulheres;
- A doença está presente em todas as raças, etnias e classes sociais.
Texto: Jussara Tech
Consultoria: Angélica Mafra, psicóloga; Sander Fridman, psiquiatra
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