De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos. Os tumores mais frequentes nesta faixa etária são as leucemias, os do sistema nervoso central e linfomas. Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento desses casos foi extremamente significativo, sendo que um dos principais avanços nesta área é o transplante de medula óssea em crianças.
Ainda segundo o INCA, hoje, em torno de 80% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. Segundo Roseane Gouveia, oncologista pediátrica da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, as principais diferenças no transplante de medula óssea em criança estão relacionadas aos tipos de doenças que levam os pacientes a esse procedimento e às complicações que podem surgir.
“Os critérios para diagnosticar algumas complicações podem diferir em relação ao adulto. É importante ressaltar que a criança não é “um adulto pequeno”. É um organismo em desenvolvimento, que tem um sistema imunológico (dependendo da idade) que está em processo de amadurecimento. Por conta destas particularidades, é muito importante contar com oncologistas e/ou hematologistas pediátricos que tenham conhecimento na área”.
Não é só para o câncer
Conforme explica a profissional, a maioria das pessoas continua relacionando o transplante de medula óssea somente ao câncer, quando, na verdade, essa é uma técnica que pode ajudar no tratamento de diversas patologias.
As principais doenças que levam a um transplante de medula óssea em crianças podem ser divididas entre malignas e não malignas. “Dentre as doenças malignas, temos leucemias linfóides agudas, leucemias mielóides agudas, alguns tumores malignos do sistema nervoso central, neuroblastomas, linfomas não Hodgkin, linfomas de Hodgkin, síndrome mielodisplasica, entre outras. Com relação às doenças não malignas, é possível citar aplasia de medula óssea, imunodeficiências, a anemia de Fanconi e entre outras”, afirma Roseane.
Consultoria Roseane Gouveia, oncologista pediátrica da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo
LEIA MAIS:
- Transplante de medula óssea: saiba como ser doadora
- Transplante de coração: entenda o processo e os riscos
- Câncer infantil: qual é a importância do diagnóstico precoce?