Neste ano, o Brasil sofreu com o surto de dengue, zika e chikungunya causado pelo Aedes aegypti. Até abril, por exemplo, época com maior índice, foram registrados mais 802 mil casos de dengue e mais de 97 mil de zika. Além de verificar os locais para não deixar água parada, é importante usar diariamente um bom repelente. Por isso, Julinha Lazaretti, bióloga especialista em imunologia, responde às dúvidas frequentes com relação ao uso do produto.
Como funciona o repelente?
Ele repele devido ao cheiro, formando uma “nuvem” de odor repulsivo aos insetos.
Tenho que passar de quanto em quanto tempo?
Como a eficácia depende de muitas variáveis, o ideal é que se use na frequência do menor tempo indicado no rótulo, pois os testes são feitos em ambientes controlados, diferente do que encontramos no dia a dia. Para os repelentes com icaridina, o ideal é que reaplique a cada 7 horas nas temperaturas abaixo de 30ºC e a cada 4 horas nas temperaturas acima de 30ºC.
Existe um horário do dia que preciso dobrar a atenção e não ficar sem repelente?
Cada inseto possui um hábito diferente do outro. O Aedes aegypt, por exemplo, tem o hábito de se alimentar mais ao amanhecer ou ao entardecer e costuma agir a meia altura, ou seja, nas pernas de um indivíduo em pé.
Sobre usá-lo por cima da roupa, até que ponto isso é necessário?
Alguns especialistas afirmam que os mosquitos podem picar por cima da roupa, portanto, na dúvida, é recomendado o uso do repelente sobre a roupa também, principalmente as que possuem tecidos com tramas mais largas, por onde o inseto possa picar.
Como deve ser usado em relação ao protetor solar, hidratante e maquiagem?
Os repelentes de icaridina devem sempre ser usados por último, pois sua ação se dá pela vaporização do princípio ativo que forma uma “nuvem” sobre a pele, e assim, repele os insetos. O ideal é que seja utilizado 15 ou 20 minutos após a aplicação de outro produto (protetor solar, hidratante ou maquiagem).
Gestantes podem usar repelentes caseiros?
As grávidas devem evitar qualquer tipo de repelente caseiro, pois além de não terem passado por nenhum tipo de teste de segurança como os comercializados, podem não ser eficientes, deixando a grávida exposta aos riscos de contaminação pelo Zika.
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