Passar por um câncer nunca é fácil. Para as mulheres, então, o câncer de mama vai além da saúde: há também a estética e muitas dúvidas sobre o futuro. Segundo Rogério Fenile, mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, atualmente é possível remover ou destruir o tumor por completo. Em alguns casos, essa remoção do problema é feita por meio da mastectomia, que consiste na retirada cirúrgica de toda a mama. E a boa notícia é que, após a mastectomia, as pacientes podem optar pela reconstrução mamária.
Mas, afinal, o que é a reconstrução mamária?
De uma forma simples, pode-se dizer que esse procedimento é responsável por restaurar a forma, a aparência e o tamanho da mama – e está diretamente relacionada ao tipo de mastectomia que foi realizada. “Ela é feita de maneira individualizada, sendo que o cirurgião e a paciente decidem em conjunto qual a melhor técnica a ser utilizada. O procedimento varia muito conforme as expectativas da paciente, o tamanho do tumor, a idade da paciente e se há outras doenças associadas”, esclarece o clínico geral Pedro Lozano, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Ainda de acordo com o profissional, a reconstrução pode ser imediata (ao mesmo tempo da cirurgia de ressecção do tumor) ou tardia (após meses ou anos). “É uma cirurgia que deve ser realizada em ambiente hospitalar. Exige uma equipe multidisciplinar ativa, a qual participa da tomada de decisão a paciente: o mastologista, o cirurgião plástico, o oncologista, a equipe de fisioterapia e outros profissionais, afim de dar o correto tratamento da doença, além de conforto, satisfação e segurança à paciente”, completa Pedro.
Principais vantagens
Não são todas as mulheres que realizaram uma mastectomia ou quadrantectomia (ou ainda outra cirurgia para tratamento de câncer de mama) que sentem a necessidade de fazer a reconstrução mamária, mas para muitas essa é uma importante parte da recuperação. Isso porque o resultado da cirurgia pode ser muito satisfatório, reduzindo tanto o impacto físico quanto o psicológico da paciente.
Porém, é importante ressaltar que a mama não ficará como era antes. Pode haver mudança de formato e a presença de cicatrizes, que podem ter tamanhos diferentes. Alem disso, atualmente, existem muitas opções de reconstrução de mama, ou seja, quanto mais você souber sobre como poderá ser realizada sua reconstrução, melhor decisão você poderá tomar.
É lei!
Tanto as pacientes atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) quanto as que possuem plano de saúde têm direito assegurado em lei de realizar a reconstrução mamária. De acordo com a lei 12.802/13, o SUS deve realizar a cirurgia reconstrutiva utilizando-se de todos os meios e técnicas necessárias para tal.
Já o artigo 10 –A da lei 9.656/98, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde, afirma que as conveniadas que vierem a sofrer mutilação decorrente de utilização de técnica de tratamento de câncer devem ter coberta a reconstrução com a utilização de todos os meios e técnicas necessários.
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