Eles falam o tempo todo, com uma vozinha doce e suave. Até que um dia, como que surgido do nada, vem daquela boquinha um palavrão cabeludo, de deixar qualquer um vermelho de vergonha. E agora? A psicóloga Olga Tessari, especialista em relacionamento familiar, dá várias dicas para você sair dessa da melhor forma para todos.
Origem do palavrão
A primeira coisa a fazer é investigar onde ele aprendeu essa palavra. Lembre-se de que, às vezes, em momentos de nervosismo ou raiva, nós mesmos acabamos usando termos pejorativos, que são percebidos e aprendidos pelas crianças. “A criança é a cópia dos pais. Tudo o que eles fazem, ela imita”, alerta a especialista. Se esse definitivamente não é um hábito da sua casa, não custa perguntar à criança onde ela ouviu esse termo e explicar que não se deve falar isso.
Não recrimine
Na maioria das vezes, a criança não sabe o que aquele palavrão significa. Portanto, não adianta nada brigar, xingar ou castigar seu filho por conta disso. “É comum eles ouvirem e simplesmente repetirem a palavra em casa, inocentemente”, conta Olga. “Nesse caso, o ideal é sentar e explicar que não se deve usar essa palavra, que existem outras para dizer o que ele quer expressar”, orienta.
Na família
Se algum parente próximo não pára de falar palavrão (e, pior, acha bonito quando seu filho solta aquele de doer), pode ser a hora de chamar esse familiar para uma conversa e pedir que pare de fazer isso. Caso você não tenha liberdade para fazer isso ou o problema persista, a orientação deve ser dada à própria criança. Explique que aquela pessoa costuma falar palavras feias e que esse exemplo não deve ser seguido. Mas tome cuidado, pois as crianças tendem a generalizar e achar que o parente não é legal e que não se deve gostar dele. “Os pais devem saber distinguir e explicar que aquele comportamento não é correto, mas que a pessoa continua sendo legal”, explica Olga.
Na escola
Lá, seu filho tem contato com diversos tipos de valores, que podem ser bem diferentes dos que você transmite em casa. “Se o palavrão é algo comum, vale a pena conversar com a direção sobre o que pode ser feito para que as crianças usem outras palavras”, sugere. De acordo com Olga, as crianças criam uma linguagem própria quando estão em grupo. Trata-se de uma forma de se sentirem aceitas e até de terem um código próprio a que outras pessoas não têm acesso. “Isso faz parte do desenvolvimento social delas, mas é importante saberem que existem situações em que não se pode falar determinadas coisas”, explica a psicóloga.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Olga Tessari, psicóloga de São Paulo, (11) 2605-6790
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