O distúrbio começa aparecer na puberdade e vai até a menopausa. Segundo o médico Joji Ueno, esse problema é uma doença crônica. “Por isso, é comum a mulher com ovários policísticos procurar vários especialistas, ao longo da vida, em busca de tratamento”. O problema assume maior ou menor relevância, de acordo com a fase de vida da mulher e, consequentemente, o tratamento deve respeitar os sintomas que se destacam em determinado período.
Sintomas
“Uma mulher com esse distúrbio menstrua de 4 a 6 vezes por ano e, em casos mais extremos, apenas 2 ou 3 menstruações no período”, explica Ueno. Outro sintoma é o hirsutismo, ou seja, o aumento de pelos no rosto, nos seios e na região mediana do abdômen. A obesidade e o surgimento de acne também são sintomas comuns.
Diagnóstico
“Antigamente, fazíamos uma pneumopelvigrafia, um exame invasivo porque se aplicava uma injeção de ar no abdômen para visualizar melhor os órgãos pélvicos e tirava-se uma radiografia. Hoje, a sonda do ultrassom sobre a superfície externa do abdômen permite um diagnóstico preciso” diz Ueno. Outra forma de identificar os ovários policísticos, é pelo toque durante exame ginecológico.
Cisto de ovário versus ovário policístico
Normalmente, na síndrome de ovários policísticos, existem de 10 a 20 pequenos cistos com 0,5cm de diâmetro cada um, enquanto os cistos de ovário são únicos e bem maiores, medindo de 3 a 10cm.
Desequilíbrio hormonal
O principal problema está relacionado com a ovulação. “A testosterona (hormônio tipicamente masculino) aumenta a possibilidade da incidência de cistos, que representam a parada do desenvolvimento dos folículos para ovular. O folículo, atinge um estágio em que arrebenta e expele o óvulo. Quando isso não acontece, um líquido se acumula nesse local. Como cerca de 10 folículos se desenvolvem mensalmente, surgirão 10 ou 15 pequenos cistos característicos do ovário policístico”, explica o médico.
Tratamento
Vai depender muito da da fase de vida da mulher. “Como se trata de uma doença crônica, não há cura, e sim, tratamento dos sintomas”, adverte o especialista. Uma adolescente de 15 ou 16 anos, obesa, por exemplo, com pelos, acne e perturbações menstruais, precisa primeiro tentar emagrecer. Se ela não for obesa, torna-se necessário diminuir a produção da testosterona com o uso da pílula anticoncepcional.
Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Joji Ueno, especialista em reprodução humana da Clínica GERA. Site: www.clinicagera.com.br
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