O comportamento agressivo de crianças ou adolescentes direcionado aos pais vem se tornando muito comum no ambiente familiar, caracterizando uma das facetas da violência doméstica. “Entende-se aqui comportamento agressivo ou violento como qualquer tipo de expressão verbal ou física que ameaça os pais ou visa o controle de sua autoridade parental. O objetivo final (intencional ou não) é inverter a regra usual, segundo a qual os filhos obedecem aos pais”, explica o psiquiatra e psicanalista Mario Louzã.
Como determinar limites?
As crianças nascem sem noção de limites. Aos poucos, começa a explorar o ambiente na tentativa de compreendê-lo e dominá-lo. “A partir desse momento, precisa que os pais (e adultos, em geral) exerçam o papel de impor limites, uma vez que essa necessidade de exploração pode colocar a criança em situações de risco. Além do perigo, a imposição de regras permite que a criança adquira valores para convívio social“, destaca o psiquiatra.
Assim, o estabelecimento de regras e limites claros precisa acontecer logo cedo e os exemplos dados pelos pais são fundamentais. Mas será que é possível evitar a agressividade? Mario Louzã dá algumas dicas:
1. Seja um modelo! Os pais têm a responsabilidade de educar os filhos e dar exemplos de comportamento.
2. Você pode ser amiga, mas é preciso manter a hierarquia pais-filhos. Essa amizade é diferente da que as crianças e adolescentes têm com colegas da escola.
3. Coloque limites logo cedo. Os pequenos entendem as determinações do ambiente. E seja clara nessa imposição para que não existam dúvidas.
4. Esteja de acordo com o par. Se um diz ‘não’ e o outro diz ‘sim’, a criança aproveitará a brecha para fazer o que quiser. “A incoerência entre os pais é frequente quando estes são separados, uma vez que muitas vezes a criança é usada para provocar o ex-cônjuge”, destaca o psiquiatra.
5. “Os limites podem variar gradualmente, conforme a idade da criança; da mesma forma, as recompensas e as punições, se o limite é cumprido ou não. Os elogios, quando a regra é cumprida, e as repreensões, quando não é cumprida, também fazem parte desse processo”, sugere o especialista.
6. Se a situação sair do controle, procure logo a ajuda psiquiátrica ou psicológica. Não espere muito para lidar com a situação.
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Consultoria: Mario Louzã, psicanalista e psiquiatra.