As doenças da alma são os grandes males da atualidade: rotina atribulada, dia a dia corrido e estresse são alguns motivos para o surgimento de diversas doenças psicossomáticas, como a depressão e a síndrome do pânico. “A doença emocional é um distúrbio orgânico provocado pelo pensamento. É causado ou agravado por estresse psíquico, geralmente involuntário e inconsciente sempre acompanhado de alterações corporais”, explica a psicóloga Marcia Mathias. Mas, na luta por uma vida melhor e mais saudável, o tratamento pode sair do convencional e dar espaço a outras alternativas. Que tal descobrir como a hipnose ajuda a tratar problemas emocionais?
Como funciona a hipnose?
Esqueça aquela ideia de que a hipnose vai fazer você imitar um cachorro ou comer algo apimentado. Essa cena nada tem a ver com a hipnoterapia. “Creio que seja importante esclarecer que as sessões de hipnose clínica nada têm a ver com aquela chamada ‘ hipnose de palco’, frequente em shows e programas de TV. Aliás, é muito comum que as pessoas cheguem ao consultório com esse medo, achando que podem perder a consciência, comer cebolas ou imitar animais. Portanto, o primeiro passo é tornar o paciente esclarecido e informado quanto a isso”, salienta o psicólogo Lucas Rezende.
De acordo com ele, toda sessão de hipnose inicia-se necessariamente com o estabelecimento prévio de uma meta absolutamente pessoal. “A meta, portanto, não é algo externo, e sim uma mudança que a própria pessoa formulará para si mesma e que tenha relação com seus objetivos de cura”.
Marcia explica que a hipnose ajuda a tratar problemas emocionais e outros tipos de doenças, uma vez que atua de forma focada, utilizando técnicas de regressão de idade. Esse procedimento é realizado para localizar quando foram gerados os sintomas, produzindo alterações fisiológicas – já que atua na causa desprogramando o ciclo da doença. “Isso faz com que haja melhora na autoestima e no sistema imunológico, retornando o equilíbrio orgânico”, diz Marcia.
Cada caso, um caso
Segundo Marcia, a hipnose é um tipo de terapia breve, mas sem um tempo determinado. No consultório, o profissional trabalha com foco na causa, o que possibilita resolver os problemas com rapidez. Porém, é preciso lembrar que existe um tempo interno de cada pessoa, do problema e suas variações e, assim, levar em conta que cada um tem sua característica. “Não é como uma receita de bolo ou tempo de forno que já vem pré-determinados”, diz.
A hipnose ajuda a tratar problemas emocionais, mas é sempre uma ferramenta auxiliar e precisa estar conectada a um método-base de tratamento. “Por exemplo, psicólogos que utilizam hipnose na terapia têm suas linhas de terapêuticas de base. É possível que um psicólogo utilize a psicanálise ou a Terapia Cognitivo-Comportamental, e, adicionalmente, a hipnose – como uma ferramenta que potencializará sua abordagem”, destaca Lucas.
Consultoria Lucas Rezende e Marcia Mathias, psicólogos
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