Quem pensa que a enxaqueca só afeta os adultos está complemente enganado, já que o problema também pode atingir a garotada, causando os mesmos desconfortos. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), o distúrbio alcança 7,9% das crianças brasileiras, tornando-se assim um fator preocupante para os pais.
Tudo comprovado
Em um estudo realizado pelo projeto Atenção Brasil, descobriu-se que a enxaqueca interfere diretamente no rendimento escolar dos pequenos. Na pesquisa, foram entrevistadas 5.671 crianças entre 5 e 12 anos, de 87 cidades em 18 estados brasileiros.
A conclusão foi que cerca de 2,1 milhões de crianças têm enxaqueca no Brasil, sendo que 37,1% dos pequenos sofrem com o problema na forma crônica, ou seja, com dores durante 15 ou mais dias por mês, enquanto 32,5% deles convivem com o caso episódico, aquele que dura até 15 dias por mês. Todos eles apresentam desempenho escolar abaixo da média e apenas 23,2% das crianças que não possuem dor de cabeça têm algum tipo de dificuldade na escola.
Como identificar a enxaqueca?
Sabendo que a enxaqueca pode ser gerada por fatores genéticos, o primeiro passo é averiguar os casos na família. Encontrando familiares que sofrem com o problema, as chances dos pequenos desenvolverem o distúrbio são maiores. Também é necessário que os pais fiquem atentos a sinais que podem indicar a enxaqueca, tais como: sensibilidade à luz, náuseas ou até mesmo vômitos.
Parar de brincar, fechar os olhos e querer ficar deitado também são alguns sintomas. Reconhecer esses detalhes auxiliará o médico na hora do diagnóstico. “Nem sempre é possível identificar o tipo de dor, pois a criança, dependendo da idade, não consegue definir. Mas, o especialista consegue diagnosticar por meio das informações também fornecidas pelos familiares”, salienta o neuropediatra Abram Topczewski.
Tratamento
Assim que identificados os sintomas da enxaqueca na criança, a busca por ajuda médica é fundamental, já que o especialista fornecerá os cuidados adequados para a idade de cada um. Há várias formas de tratar o distúrbio, podendo ser à base de medicamentos ou não.
A boa notícia para os pais é que os remédios são bastante eficazes e seguros, tendo êxito em até 80% dos casos. O fato é que quanto mais cedo reconhecido o problema, maiores são as chances de sucesso no tratamento.
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Consultoria: Abram Topczewski, neuropediatra.
Texto: Juliana Mesquita/Colaboradora – Edição: Augusto Biason/Colaborador