A nomenclatura, embora impactante, é referente ao médico que descreveu a doença, Robert Graves, e não devido à intensidade do problema como sugestiona. Robert relatou a anomalia na tireoide como uma resposta autoimune do organismo, ou seja, em que o próprio corpo ataca suas células. “Esses anticorpos, de forma inadequada, agem de tal maneira a gerar destruição de células ou mesmo hiperatividade das mesmas”, indica Ana Paula Xavier Zanini, professora do curso de pós-graduação em Endocrinologia do Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (IPEMED). A principal característica da doença de Graves, além de afetar a produção hormonal da glândula, são os olhos saltados, a chamada exoftalmia.
Mas que doença é essa?
Apesar de ter a causa incerta, a doença autoimune faz com que os anticorpos induzam a produção dos hormônios pela tireoide que, em excesso, levam ao hipertireoidismo. Em alguns casos, ela pode desencadear o oposto, a morte das células da tireoide, e gerar o hipotireoidismo, em que a glândula já não produz hormônios. Apesar disso, Ana Paula detalha: “A apresentação clássica da doença de Graves é de um aumento difuso da glândula tiroidiana, sem apresentar nódulos”. O aumento difuso significa o chamado papo ou bócio, em que a glândula dobra de tamanho e ocupa um maior espaço na região do pescoço.
Quais os sintomas da doença de Graves?
Variar o peso é comum, porém, quando a queda de números na balança acontece de forma abrupta, é indicação de que algo não anda bem, ainda mais quando o paciente continua a dieta habitual. Esse é um dos primeiros indícios da doença de Graves, seguido por uma perda significativa de força muscular – podendo até interferir no movimento de subir escadas, por exemplo.
Outros apontamentos importantes para o diagnóstico são os quadros de irritação e momentos depressivos. “Do ponto de vista cardiovascular, o paciente apresenta uma frequência aumentada de batimentos cardíacos mesmo quando em repouso”, indica a profissional. Nas mãos, é possível perceber tremores e pele úmida, com temperatura corporal elevada, com destaque para os olhos saltados, característica física exclusiva dessa doença.
Como tratar?
Para reverter o quadro de hipertireoidismo, existem medicamentos que diminuem a produção de hormônios ou, em alguns casos, pode ser receitado iodo radioativo, que destrói as células da glândula. Raramente é necessária cirurgia de remoção nesses casos. “Muitos pacientes evoluem para cura com o tratamento medicamentoso, geralmente depois de 1 ano de terapia”, destaca Ana Paula.
Consultoria Ana Paula Xavier Zanini, professora do curso de pós-graduação em Endocrinologia do Instituto de Pesquisa e Ensino Médico (IPEMED)
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