A tireoide a é uma glândula localizada na parte da frente do pescoço, em volta da traqueia, na região do conhecido “gogó”. Os hormônios produzidos pela tireoide agem em múltiplos órgãos, controlando as funções celulares e o metabolismo. Por isso ela é tão importante. “Sua ação influencia a secreção de outros hormônios e todos os nossos processos metabólicos. Quando há desequilíbrio na tireoide, pode haver também alterações menstruais, da libido e dificuldade de engravidar, além de arritmias e osteoporose. Se o descontrole da tireoide não for tratado, pode causar danos permanentes ao desenvolvimento físico, motor e intelectual”, explica a endocrinologista Roberta Portugal Henriques.
Quando os hormônios estão desregulados, a tireoide passa a não funcionar direito, o que origina duas doenças. Você conhece e sabe quais são as diferenças entre hipo e hipertiroidismo?
Hipotiroidismo
O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide passa a funcionar de maneira mais lenta, produzindo e enviando menos hormônios para o organismo. Esse é o distúrbio mais comum da tireoide. As causas são muitas, entre elas: idade superior a 40 anos, sexo feminino, obesidade e cirurgia de retirada de toda ou de parte da glândula, além de exposição prolongada à radiação são fatores de risco.
Os sintomas dessa doença são discretos – motivo que, inclusive, atrasa o seu diagnóstico na maioria das vezes. Dentre os principais sintomas estão o cansaço e o desânimo: muita gente acredita que a doença é consequência do estresse do dia a dia. Deve-se redobrar a atenção quando se sente fadiga, dificuldade de concentração, depressão, dor nas articulações, cãibras, falta de memória, queda de cabelo, ganho de peso (mesmo com diminuição do apetite), distúrbios menstruais, pele seca, constipação e voz rouca se tornarem frequentes.
O tratamento mais indicado para o hipotiroidismo é a reposição hormonal, já que a tireoide não está produzindo os hormônios corretamente. “Em geral, quem tem hipotireoidismo necessita do uso da medicação para o resto da vida, sempre tomada pela manhã, em jejum. Também deve haver o cuidado de fazer consultas periódicas, pois mudanças de peso podem fazer a dose ficar elevada”, explica o cardiologista Edmar Santos.
Hipertiroidismo
O hipertireoidismo, como já sugere o nome, acontece quando existe o aumento da secreção dos hormônios da tireoide, que passa a trabalhar em ritmo mais acelerado do que o normal. Assim como os sinais que denunciam sua presença, as causas do hipertireoidismo também são variadas e comumente ocorrem quando as células que estimulam a tireoide agem de forma independente devido a tumores, nódulos ou até mesmo mutações genéticas. Isso tudo faz com que a glândula produza hormônios em excesso. Iodo demais no organismo também pode desencadear essa reação.
Dependendo do grau de intensidade, a doença pode se instalar de forma silenciosa, sem despertar um mal-estar específico e gerando sintomas que dificultam sua identificação. Alguns dos desconfortos mais comuns do hipertiroidismo são irritabilidade, agitação, instabilidade emocional, intolerância ao calor, sudorese, tremores, palpitações, fadiga, perda de peso (apesar do aumento do apetite), diarreia, diminuição da libido, alterações menstruais e fraqueza muscular. Em grau avançado, ainda podem ocorrer taquicardia, insuficiência cardíaca e arritmia.
Para tratar o distúrbio podem ser indicados medicamentos anti-tireoidianos, que reduzem a quantidade de hormônios, e medicamentos betabloqueadores, que controlam sintomas como taquicardia e tremores. “Quando existem nódulos responsáveis por fazer a secreção exagerada de hormônios, os mesmos podem ser silenciados com tratamento nuclear ou cirúrgico”, indica o cardiologista. Entretanto, o uso de iodo radioativo ou a cirurgia provocam o problema contrário, o hipotireoidismo, já que a glândula não funcionará mais corretamente na produção dos hormônios. Assim, o paciente passa a necessitar de tratamento hormonal.
Texto: Redação Alto Asrtal | Consultoria: Roberta Portugal Henriques, endocrinologista; Edmar Santos, cardiologista
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