“Como a situação chegou a esse ponto?”. Trata-se de uma pergunta bastante frequente para quem, direta ou indiretamente, já lidou com a depressão em algum momento. Pode ser de uma pessoa que nunca se viu diante de transtornos psicológicos antes, e costumava enxergar tudo como “frescura”; pode vir de pais e familiares, no desespero ao verem pessoas tão queridas tomadas por essa doença; ou ainda tem chances de partir do próprio depressivo, ao tentar entender o que o levou a esse momento em que viver passou a pesar tanto.
Na verdade, é uma grande soma de fatores que faz com que a depressão se instale. Procuramos detalhar essas possibilidades.
Influências
Complexa como tudo o que envolve a área de mente e cérebro, a depressão ainda não possui causas completamente definidas. Porém, existe um consenso de que a predisposição genética pode ser uma das razões que levam ao transtorno. Para verificar essa possibilidade, foram realizados estudos com gêmeos. O resultado é que, caso o quadro se instale em um irmão, há uma chance significativa de o outro também desenvolver o quadro depressivo.
Além da genética, o psicólogo Bayard Galvão menciona outros possíveis fatores que influenciam esse quadro. “A depressão consiste na convergência de uma ou mais das seguintes situações: a maneira de entender e lidar com a vida; acontecimentos dolorosos, mais ou menos intensos; dor crônica; uso contínuo de certos tipos de medicamentos e doenças como o hipotireoidismo”, relata.
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Consultorias: Alex Machado; professor de psicologia da Faculdade Pitágoras de Linhares (ES); Bayard Galvão; psicólogo, hipnoterapeuta e palestrante; Cristiane Vilaça, psicanalista; Valéria Lopes da Silva, professora de psicologia da Faculdade Anhanguera de Anápolis (GO).
Texto: Victor Santos – Entrevistas: Ricardo Piccinato – Edição: Augusto Biason/Colaborador