Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão atinge cerca de 350 milhões de pessoas ao redor do mundo. Suas principais características são tristeza profunda e desinteresse por atividades que antes eram prazerosas. É uma doença que exige tratamento e acompanhamento de profissionais e, em casos mais severos, se não tratada, pode levar à morte por suicídio. Especialistas respondem perguntas sobre o controle da doença e dão dicas para o paciente e seus familiares terem mais qualidade de vida. Confira!
1. Como agir para afastar o estresse diário?
“O mais importante é saber respeitar nossos limites, ficando atento aos sinais que corpo e mente dão quando já não estão funcionando plenamente. Esquecimentos, irritações exageradas, tristezas, sentimento de vazio e psicossomatizações são sinais de que é hora de parar e se cuidar”, responde a psicóloga Marina Delduca Cilino. Evitar adquirir responsabilidades demais, não ser orgulhoso e centralizador e reservar momentos diários para cuidar da mente e do corpo são fundamentais para levar uma vida mais tranquila.
2. O que fazer para controlar os maus pensamentos?
A psicóloga Miriam Barros indica contar para alguém, um amigo bom ouvinte ou mesmo o terapeuta, o que se está pensando. “Escrever esses pensamentos também pode ajudar a ficar mais atento quando eles aparecerem. O fato de conseguir identificá-los e colocá-los em dúvida auxilia a construção de uma nova conexão no pensamento”, explica. Ouvir músicas agradáveis, que tragam tranquilidade, sair ao ar livre e caminhar na companhia de alguém também são atitutes que podem contribuir.
3. É comum se sentir sozinho mesmo cercado de muitas pessoas. Como afastar essa sensação?
O que mais ajuda alguém com depressão a se sentir menos sozinho é a sensação de que as pessoas compreendem seu mal-estar sem julgamentos. Por isso, é importante conversar com familiares e amigos de confiança sobre o problema. “O afeto das pessoas é o que ajuda, e não apenas a presença física”, complementa Miriam.
4. Pensar em suicídio torna o paciente uma pessoa ruim?
“De forma nenhuma”, enfatiza Miriam. Esses pensamentos acontecem por causa do grau elevado de desespero que não depende apenas da força de vontade. “Quando o pensamento em suicídio aparece, é necessário intensificar as sessões de psicoterapia e comunicar ao psiquiatra, para ver se é o caso de aumentar ou mudar algum medicamento. Além disso, é essencial que a família seja comunicada sobre esses pensamentos, para ajudar o paciente depressivo a se proteger de si mesmo”, orienta a psicóloga.
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5. O paciente pode fazer algo para não se afetar tanto pela doença?
Além de seguir corretamente o tratamento com psiquiatra e psicólogo, algumas atitudes podem ajudar a enfrentar a doença. “Fazer parte de um sistema de crenças, mesmo que não religiosas, mas que leve à sensação de otimismo; buscar apoio social, usando o contato com familiares e amigos para obter acolhimento; realizar atividades físicas e manter uma alimentação equilibrada; ter um hobby que estimule sensações prazerosas; fazer uma viagem: tudo isso serve de estratégia, levando a uma condição de resiliência”, lista Marina.
Consultoria Eliete Amélia de Medeiros, psicóloga; Marina Delduca Cilino, psicóloga; Miriam Barros, psicóloga