A demência é definida como uma doença mental, cuja principal característica é o prejuízo cognitivo, ou seja, perda de memória, dificuldade em se concentrar, problemas de aprendizado e comprometimento da linguagem e das habilidades visuais. De acordo com informações da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), muitas doenças – como Parkinson e esclerose – podem causar um quadro de demência, sendo que entre as várias causas conhecidas, o Alzheimer é a mais frequente.
Fatores de risco
Conforme explica o neurocirurgião Eduardo Barreto, existem fatores que podem aumentar o risco de desenvolver demência. “Elementos genéticos e nutricionais, além de doenças como hipertensão arterial (não controlada), diabetes e anemia, que levam à falta de nutrientes adequados para o cérebro, são alguns dos motivos que podem influenciar no surgimento do Parkinson e do Alzheimer”, esclarece o profissional.
De acordo com Eduardo, também é possível associar a falta de hábitos saudáveis com o aumento do risco de doenças degenerativas cerebrais. Ou seja, uma alimentação equilibrada e a realização frequente de atividades físicas são medidas simples que podem trazer resultados satisfatórios, como evitar o aparecimento de tais doenças.
Identifique-as!
Alzheimer: é uma doença neurodegenerativa que atinge o cérebro, ou seja, causa atrofia e, com o passar do tempo, produz perdas de certas habilidades, como raciocinar e memorizar. “A doença de Alzheimer ainda não tem causa definida. Ela afeta as funções cognitivas, predominantemente, mas não está limitada apenas à memória”, esclarece Daniel Schachter, neurologista do hospital São Vicente de Paulo (RJ). Na maioria dos casos, o Alzheimer atinge idosos com mais de 65 anos, sendo que as mulheres são levemente mais afetadas que os homens.
Parkinson: doença neurológica, crônica e progressiva que atinge o sistema nervoso central e compromete os movimentos. A principal causa da doença é a morte das células do cérebro, em especial na área conhecida como substância negra, responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que, entre outras funções, controla os movimentos. “A falta de dopamina ou de seus precursores causa uma deficiência da via nigro-estriatal (conexão), que vai resultar no distúrbio de movimento, conhecido como doença de Parkinson”, explica Eduardo Barreto.
AVC: “O acidente vascular cerebral, ou o conhecido derrame, é quando ocorre uma interrupção aguda do fluxo sanguíneo para os neurônios, secundário a uma obstrução, a isquemia, ou rompimento de algum vaso, a hemorragia”, explica o neurologista Leonardo Medeiros. Ou seja, o problema pode ser definido como o surgimento de uma falha neurológica súbita causada por um problema nos vasos sanguíneos do sistema nervoso central. Desse modo, os especialistas classificam a doença em dois tipos:
Isquêmico: ocorre pelo bloqueio ou redução brusca do fluxo sanguíneo em uma artéria cerebral causando falta de circulação vascular.
Hemorrágico: é causado pela ruptura espontânea de um vaso, com vazamento de sangue para o interior do cérebro – hemorragia intracerebral, intraventricular ou subaracnóide.
Esclerose múltipla
acontece quando o sistema imunológico do paciente passa a agredir a bainha de mielina, membrana que envolve os axônios, ponto em que os neurônios se conectam. É motivada por uma mistura de fatores genéticos e ambientais. Com o tempo, ocorre perda da massa encefálica e perde-se equilíbrio e força, além da lucidez em si.
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