Compras: prazer ou compulsão

As compras são uma excelente forma de aliviar o estresse e elevar a autoestima, mas em excesso torna-se uma patologia. Conheça os perigos deste hábito!

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Ir às compras é um entretenimento saudável quando não se converte numa obsessão diária, onde a diversão passa a ser considerada uma doença.  Designada de oniomania, esta doença “é uma perturbação psicológica classificada como a falta de controle dos impulsos. As pessoas que sofrem deste problema compram pela redução da ansiedade que esse ato lhes confere, como ‘tapa buracos’ emocionais”, explica a psicóloga Vera Ramalho, acrescentando que “para o consumidor compulsivo, o que serve como reforço é o ato de comprar, e não o objeto comprado”.

mulher fazendo compras

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O que é?

Este problema está associado a outras dificuldades e é frequente estas pessoas apresentarem depressão, abuso de substâncias, perturbações alimentares e do controle do impulso, bem como sentimentos de raiva, de inutilidade e de inadequação, além de desconforto interpessoal. Contudo, a “sua causa é desconhecida, mas mecanismos neurobiológicos e genéticos têm sido propostos nas investigações” diz a psicóloga, acrescentando que “o elemento particular desta problemática é a impulsividade, já que a pessoa não consegue evitá-la”.

Ela adianta ainda que “o compulsivo compra excessivamente porque não consegue resistir ao seu impulso e, enquanto não realizar a compra, sente-se ansioso e irritado”. Por vezes, as pessoas compram por compensação, por baixa auto-estima, desgosto de amor, por sentir-se sozinho ou aborrecido. Neste último caso, comprar pode ser uma forma de preencher um vazio. A pessoa cria a ilusão de que as suas frustrações acabaram. “Aqui, estamos perante problemas emocionais que podem ser graves e, se não forem tratados, podem conduzir à depressão. Neste caso, o ato de comprar pode ser uma compensação e serve como uma espécie de ‘premio de consolação’”, sublinha a psicóloga.

Os dois lados da moeda

Conseguir cartões e crédito é fácil, e qualquer pessoa pode exceder-se em compras ocasionais. Isto é ainda mais notório em momentos em que se sente triste ou carente, sem que se trate de um quadro de compra compulsiva, desde que seja um gasto excessivo episódico. Para a psicóloga Vera Ramalho “a distinção entre as compras normais daquelas feitas de uma forma descontrolada não é feita com base na quantidade de dinheiro gasto, mas na extensão da preocupação, no nível de angústia pessoal e no desenvolvimento de consequências adversas. Só se deve considerar a presença de um distúrbio quando o comportamento causar sofrimento subjetivo ou problemas evidentes na vida da pessoa e de quem a rodeia”.

De qualquer forma, comprar como compensação ou “premio de consolação” pode ser igualmente problemático se for persistente. A psicóloga explica que “esse ato pode revelar comprometimento na qualidade da vida familiar, profissional, afetiva e social da pessoa envolvida”, finaliza.

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