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Você sente as mãos e os pés sempre molhados? Quando coloca roupas de manga, fica com as famosas “pizzas” sob as axilas? Você pode estar sofrendo com a hiperidrose, uma hiperatividade das glândulas sudoríparas que levam à perspiração em excesso. Se isso prejudica a sua rotina e traz muito incômodo para a sua vida, é possível reverter esse quadro. A dermatologista Carolina Marçon explica as principais causas da hiperidrose e os tratamentos adequados para quem sofre com essa condição:
Origem
Segundo a especialista, a hiperidrose pode surgir em qualquer idade e não tem uma causa aparente. “O início dos sintomas pode ocorrer na infância, na adolescência ou somente na idade adulta, por razões desconhecidas. Eventualmente podemos encontrar histórico familiar”, revela. Ela também explica que esse problema atinge 1% da população: “A hiperidrose não se trata de uma doença grave. No entanto, é uma situação desconfortável, que causa profundo embaraço social e transtornos psicológicos no portador, que frequentemente pode chegar a casos de isolamento social”.
Causas
As razões que levam à hiperidrose são desconhecidas, mas podem derivar de outras doenças de base: “A hiperidrose pode ser primária ou secundária a uma doença de base como hipertireoidismo, distúrbios psiquiátricos, menopausa ou obesidade”, conta Carolina. “Os fatores desencadeantes da sudorese excessiva são o aumento da temperatura ambiente, exercícios físicos, febre, ansiedade e ingestão de alimentos condimentados”, completa.
Tratamento
Evitar a hiperidrose não é uma tarefa muito complicada. Segundo a dermatologista, quase todos os pacientes conseguem resolver o problema e tratá-lo de maneira eficaz. Confira as principais opções de tratamento clínico:
– Uso de antiperspirantes e adstringentes (cloreto de alumínio em álcool etílico, solução de glutaraldeído 2%, etc.). Estes produtos devem ser aplicados sobre a pele seca, após banho frio, imediatamente antes de deitar-se. Apresentam o inconveniente de causar dermatite de contato ou deixar a pele com coloração amarelada.
– Uso de talco ou amido de milho natural (para os casos mais leves): deve ser aplicado entre os dedos, sob as mamas ou em pregas da pele.
– Evite calçar o mesmo par de sapatos por dois dias seguidos e utilize palmilhas absorventes, que devem ser substituídas frequentemente.
– Tratamento medicamentoso sistêmico, com drogas antidepressivas, ansiolíticas e anticolinérgicas: estas drogas proporcionam apenas alívio parcial e apresentam efeitos colaterais importantes e indesejáveis, como alteração da visão, boca seca, problemas urinários, sedação, entre outros.
– Injeções locais de toxina botulínica com duração de seis a oito meses e com uso limitado a áreas de pequena extensão. Essa toxina bloqueia a ação da acetilcolina, que é necessária para a sudorese. Ela é aplicada com agulha, ponto a ponto, em toda a região das mãos e dos pés, e, se for o caso, nas axilas. Com o bloqueio da acetilcolina há uma suspensão de cerca de 80% da sudorese nos locais em que a toxina é aplicada.
Dica: Sempre procure um profissional qualificado para fazer o diagnóstico correto. O tratamento depende da intensidade e frequência dos sintomas.
Consultoria: Dra. Carolina Marçon – dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia