Cirurgia de correção de grau: saiba de que maneira ela é feita

Cerca de 70% dos pacientes readquirem 100% da visão após a cirurgia de correção de grau. A maioria volta a dirigir sem a necessidade de óculos.

- FOTO: Shutterstock.com

Há quem os ache charmosos, mas a maioria das pessoas que usa óculos gostaria mesmo é de não precisar deles. A boa notícia é que é possível deixar de usá-los e continuar enxergando o mundo claramente: basta se submeter a uma cirurgia de correção de grau, mais precisamente, cirurgia refrativa. O procedimento é cada vez mais comum, embora não seja oferecido na rede pública de saúde. Antes de decidir fazer a cirurgia, porém, é bom estar muito bem informado e, principalmente, seguir todas as recomendações de um oftalmologista especializado!

O que trata

Como o próprio nome sugere, a cirurgia refrativa corrige problemas refracionários da visão, que basicamente são: miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia. Embora seja indicada para qualquer um deles, na verdade, o procedimento não é o mesmo para todos. “A necessidade deve ser avaliada caso a caso, assim como a melhor técnica cirúrgica a ser empregada”, avisa a oftalmologista Andrea Lima Barbosa. A profissional faz ainda um outro alerta. “Corrigir é uma expressão que deve ser evitada nesses tipos de cirurgia, pois não estamos tratando de doenças e sim, erros de refração, em que o paciente enxerga bem quando faz uso de óculos ou lentes de contato. O objetivo da cirurgia é o mesmo: fazer com que o paciente enxergue bem, sem usar óculos ou lentes de contato”, acrescenta.

Quem pode

Como em qualquer procedimento cirúrgico, há algumas restrições. “Uma regra básica que respeitamos é que o grau esteja estável há pelo menos um ano, o que nos dá uma boa margem de segurança em relação à evolução do grau após a cirurgia. O grau não retorna, ele continua sua evolução de acordo com a genética do paciente”, declara Andrea. “Pacientes com glaucoma, doenças da córnea, olhos muito secos, histórico de infecções oculares, como a herpes, devem ser bem avaliados pelo oftalmologista”, acrescenta.

Por outro lado, a cirurgia em si é bem simples, principalmente depois que se desenvolveu a técnica que utiliza raios laser. “O procedimento costuma ser rápido e indolor. A anestesia é feita por colírios e o paciente deve seguir as instruções do cirurgião durante o procedimento. O fator ansiedade é um componente que costuma atrasar a cirurgia, por isso o paciente deve estar bem seguro antes de fazê-la, sanando todas as dúvidas com o médico”, esclarece a oftalmologista.

É importante consultar um especialista nesse tipo de cirurgia para saber qual método será adotado. FOTO: iStock.com/Getty Images

Pós-operatório

Algumas preocupações são comuns para quem pensa em se submeter à refrativa, como o tempo necessário para se recuperar e se há atividades proibidas após a operação. “A córnea normalmente se recupera em 72 horas, mas a cicatrização mais efetiva se dá por volta de 3 a 6 meses. Esportes de contato e situações de risco para traumas oculares devem ser evitados por algum tempo, geralmente 3 meses”, explica Andrea.

Outro aspecto que tira o sono de quem não quer mais usar óculos são os possíveis riscos da cirurgia, afinal, os olhos estão entre os órgãos mais sensíveis do corpo. “Os riscos maiores são relacionados a uma avaliação pré-operatória não muito rígida, que não se oriente pelo princípios estabelecidos na oftalmologia. Mais uma fonte de possíveis problemas é não respeitar às orientações do cirurgião para o pós-operatório: uso correto dos colírios, não faltar às revisões marcadas, não coçar os olhos, etc. Já durante a cirurgia, as situações de risco são exceções e podem ser evitadas procurando especialistas nessa área e um bom centro cirúrgico”, alerta Andrea

Conheça os problemas

Miopia: estima-se que cerca de 25% dos brasileiros são míopes. O problema se caracteriza pela dificuldade de enxergar longe
e, em geral, sua causa é o globo ocular mais comprido do que o normal, o que faz com que o foco da imagem fique antes da retina e a pessoa a veja “borrada”.

Hipermetropia: é o contrário da miopia, ou seja, a imagem é focada atrás da retina, portanto, a distorção é para os objetos que estão mais próximos.

Astigmatismo: trata-se de uma deformação na curvatura da córnea e costuma aparecer associada à miopia ou à hipermetropia, portanto, distorce a visão tanto de perto como de longe.

Presbiopia: popularmente conhecida como “vista cansada”, causa dificuldade para enxergar de perto e afeta especialmente a leitura. Costuma aparecer em pessoas com mais de 60 anos de idade.

Métodos cirúrgicos

Lasik: é uma abreviação de “laser-assisted in situ keratomileusis” e atualmente é o método mais usado. Emprega um tipo de laser chamado excimer e, em geral, é recomendada para pessoas com até 12 graus de miopia, 4 de hipermetropia e 5 de astigmatismo, e que não possuam outros problemas oculares associados.A presbiopia não pode ser tratada com a Lasik. No procedimento, o cirurgião faz um corte no epitélio e o levanta, aplicando o laser diretamente sobre a córnea. Uma das vantagens do método é a recuperação rápida.

PRK: era a técnica mais empregada antes de surgir a lasik. Utiliza o mesmo tipo de laser, a diferença é que é aplicado diretamente sobre o tecido corneano, sem remoção do epitélio. O pós-operatório costuma ser mais longo e dolorido. A técnica ainda é empregada em córneas mais delicadas e com erro de refração de menor grau.

 

Texto: Redação Alto Astral | Consultoria: Andrea Lima Barbosa, oftalmologista

 

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