A pergunta que não que calar é: os movimentos dos objetos – em jogos como a brincadeira do copo, do compasso, o tabuleiro Ouija ou o Charlie Charlie – que originam as supostas mensagens do além seriam mesmo provocados pelos espíritos invocados? De acordo com os cientistas, a explicação mais provável para as possíveis “respostas” na tábua não se relaciona em nada com espíritos ou forças sobrenaturais.
Por trás dos movimentos dos espíritos
Acredite ou não, quem faz copos, compassos, setas e outros objetos se moverem é o seu próprio cérebro, graças ao chamado efeito ideomotor. Criada pelo naturalista William Benjamin Carpenter no ano de 1852, a teoria explica que nosso corpo, quando sugestionado, pode realizar movimentos sem que tenhamos a consciência deles. O nome que o efeito recebeu, efeito ideomotor, deve-se ao termo ideo, que significa “ideia ou representação mental” e motor, que quer dizer “ação muscular”.
Ou seja, quando colocamos o dedo sobre algum objeto com o intuito de receber uma mensagem, somos nós mesmos que o movimentamos sem perceber. E, segundo o neurologista Martin Portner, isso não seria possível à distância. “Não há nenhuma evidência que os pensamentos – ou a atividade do cérebro – possam mover objetos inanimados a uma distância, de maneira consciente ou não”, elucida o neurologista.
O profissional ainda destaca que existem pesquisas pelo mundo que estudam a atividade do cérebro para o movimento de robôs em relação ao uso de próteses. “Essa atividade bioelétrica, captada pelo software e hardware adequados, pode ser convertida em força mecânica que, por sua vez, move o braço de um robô para realizar determinada tarefa. Esse é o máximo a que se chegou”, completa.
E quando não se sabe a resposta para esses movimentos?
Se os movimentos são realizados involuntariamente, isso significa que somos nós quem produzimos a mensagem recebida. Mas o que diz a ciência em relação aos casos em que não seria possível ter acesso às respostas que o tabuleiro apresenta?
Para o neurologista, a ciência não tem como explicar como uma pessoa poderia ter conhecimentos específicos de outra pessoa, já falecida, sem que ela soubesse disso previamente. “Contudo, a ciência entende que seres humanos possuem uma vasta biblioteca de conhecimento subconsciente – nem tudo que opera no nível dos centros emocionais do cérebro é colocado sob o holofote da consciência (de fato, a maior parte do que acontece não é percebido a nível consciente)”, afirma.
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Texto: Redação – Edição: Victor Santos
Consultoria: Martin Portner, médico neurologista, mestre em neurociência pela Universidade de Oxford, escritor e palestrante