Você sabia que exercitar o corpo, como durante uma corrida, também é um ótimo aliado para aperfeiçoar o cérebro? “Alguns estudos sugerem que as atividades físicas estimulam o crescimento de novos neurônios e melhoram a capacidade de raciocínio e de sensações de autoestima e bem-estar, devido à promoção de uma melhor circulação sanguínea e pela liberação de ‘hormônios do bem’”, explica o educador físico Fernando Alves.
Os benefícios não param por aí: pesquisas apontam que praticar atividades de três a quatro vezes por semana melhora a memória e a capacidade de aprendizado e concentração, além de diminuir os riscos de doenças neurodegenerativas e de acidente vascular cerebral (AVC). “Exercícios praticados regularmente estimulam as substâncias que nutrem e desenvolvem os neurônios e promovem uma melhora na neuroplasticidade (capacidade dos neurônios de fazer as conexões)”, aponta o especialista em medicina esportiva Mauro Olívio Martinelli.
As vantagens da corrida para o cérebro
“Todas as atividades físicas, preferencialmente recreativas, são benéficas para o cérebro”, pontua Fernando. O educador físico acrescenta que, nesse quase incontável mundo dos esportes, algumas práticas saem na frente, como a corrida, as atividades aquáticas e esportes coletivos. Mauro, por sua vez, acrescenta que os resultados são rápidos, “percebidos em média de três a seis meses após o início da atividade. Portanto, nunca é tarde para ingressar e, quanto mais cedo se começa, melhores são os resultados”.
Além disso, alguns esportes têm a capacidade de desenvolver outras habilidades cognitivas, principalmente os que envolvem algum tipo de estratégia e exigem tomadas de decisões rápidas, como o futebol americano. “Atividades que demandem, ao mesmo tempo, raciocínio, pensamento e atitudes coletivas e individuais, treinos elaborados e desafios em grupo podem promover melhoras significativas na capacidade de raciocínio e motivação. Ainda podem promover euforia e alegria, tolerância, compreensão e autoestima”, enumera Fernando.
Corrida versus academia
Uma pesquisa recente da Universidade de Jyväskylä, na Finlândia, concluiu, por meio de estudos em ratos, que correr é melhor para a neurogênese do que levantar peso (academia) ou praticar exercícios de alta intensidade (semelhante ao crossfit). Apesar desse resultado, pouco ainda se sabe sobre a eficácia nos seres humanos, já que isso depende de inúmeros fatores.
“Sugere-se que o crescimento de novos neurônios é facilitado em ótimas condições de circulação sanguínea, fator esse que é auxiliado significativamente pelas atividades físicas aeróbicas. Porém, numa academia, há outras atividades aeróbicas que também promovem benefícios na circulação”, explica o educador físico Fernando Alves. O profissional complementa que nem todas as pessoas são adeptas ou podem correr, por questões de objetivos, preferências ou, até mesmo, aspectos articulares (lesões no quadril, joelho e tornozelo, por exemplo).
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Texto: Vitor Manfio/Colaborador – Edição: Victor Santos
Consultorias: Fernando Alves, educador físico da Foco Saúde, no Rio de Janeiro (RJ); Mauro Olívio Martinelli, ortopedista especialista em medicina esportiva, no Centro de Qualidade de Vida de São Paulo (SP).