Um colega de trabalho nega um copo de chope em um happy hour porque está tomando antibiótico e não quer consumir álcool para não “cortar o efeito” do medicamento. “Mas quem falou que corta?”, alguém prontamente questiona. Seria isso um mito?

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Segundo a farmacêutica Sarah Bastos Vieira Faria, o álcool não corta diretamente o efeito do antibiótico, mesmo se for ingerido em altas doses. “O problema do álcool está relacionado à sua toxicidade para o fígado. Como esse órgão metaboliza os medicamentos e também o álcool, pode haver maiores efeitos colaterais, além da possibilidade do medicamento não ser metabolizado completamente”, afirma.
Mesmo assim, apesar de não cortar a ação de medicamentos, bebidas alcoólicas podem potencializar o resultado de alguns, aumentar a toxicidade de outros e provocar efeitos colaterais. “Existem dois tipos de antibióticos que não devem ser misturados com bebidas: o metronidazol e o tinidazol. A interação dessas substâncias com álcool pode provocar dor de cabeça, queda da pressão e até desmaios.

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Mas o perigo mora mesmo na mistura de bebidas alcoólicas com fármacos para tratamento de problemas neurológicos e psiquiátricos”, afirma Thiago Mattar Cunha, professor doutor do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (FMRP).
Para resumir: de acordo com Sarah, enquanto estiver ingerindo algum tipo medicamento, o mais indicado é não fazer uso de bebida alcoólica.
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Texto: Ana Beatriz Garcia Edição: Érika Alfaro Arte: Guilherme Laurente
Consultoria: Thiago Mattar Cunha, professor doutor do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto (FMRP) e Sarah Bastos Vieira Faria, farmacêutica.