Para uma pessoa fora do quadro do Transtorno de Acumulação, quando questionada se quer guardar o papel da deliciosa bala que acabou de comer, a resposta é direta: “Não, pode jogar no lixo”. Porém, para os acumuladores compulsivos não é tão simples assim. Por mais irrelevantes que pareçam a quem vê a situação, cada um dos itens serve para um propósito no psicológico desse indivíduo, mudando de acordo com cada caso.
As causas podem variar entre diferentes circunstâncias, um trauma causado por alguma decepção ou como a perda de um ente querido, como relata o psicólogo João Alexandre Borba sobre um caso de uma mulher cujo namorado faleceu: “Ela começou a ficar com medo das coisas se afastarem dela e aí foi juntando objetos ao seu redor. Iniciou-se com uma relação bem clara dela com esse homem, mas depois começou a se expandir para outras áreas, que não tinham relação com o rapaz”.
Mesmo se mostrando bastante contrária a se livrar de algo, isso não quer dizer que a pessoa se lembre de cada item que guardou. Conforme a quantidade de peças se torna incontável, mesmo os itens mais valiosos para os acumuladores acabam caindo no esquecimento, escondidos embaixo de montes de embalagens, jornais velhos e outras coisas mais descartáveis. Porém, “boa parte dos objetos têm valor afetivo, e a ideia de se desfazer deles é muito mais difícil”, ressalta a consultora em organização Yolanda Hollaender.
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Texto: Giovane Rocha/Colaborador – Entrevistas: Érica Aguiar e Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: João Alexandre Borba, psicólogo; Yolanda Hollaender, consultora em organização de ambientes residenciais e corporativos, com certificação pela empresa OZ! Organize sua Vida; sócia-fundadora da Associação Nacional de Profissionais de Organização e Produtividade (ANPOP) e coordenadora da Oficina de Suporte aos Problemas de Desorganização.