A palavra solitude foi criada pelo sociólogo Paul Tillich para que todas as pessoas pudessem expressar a glória e a felicidade em estarem sozinhas. Tom Jobim, ao contrário da ideia expressada por Paul, idealizou na música Wave que “é impossível ser feliz sozinho”, terceirizando ainda mais que a responsabilidade pela felicidade está no outro, somente dividida.
Tom estava errado
A socióloga Erin Cornwell, da Universidade Cornell, em Ítaca, Nova York, estudou pessoas acima dos 35 anos que moram sozinhas. Durante suas pesquisas, Erin comprovou que elas fazem mais programas com os amigos. Compartilhando da mesma ideia, a pesquisa do sociólogo Benjamin Cornwell publicada na American Sociological Review aponta que pessoas que vivem sozinhas têm mais amigos. Se Jobim estivesse vivo, talvez repensasse a letra da canção.
Para o médico e psicólogo Roberto Debski, a solitude é um estado no qual a pessoa chega a uma condição altíssima de autoconhecimento e aceitação, ao mesmo tempo em que sabe desfrutar muito bem da companhia de outras pessoas. “A solitude é boa. Parte de um sentimento de amor próprio e autovalorização, pois quem a possui gosta de estar com outros e de compartilhar, ou seja, tem muito que dar emocionalmente”, ressalta Debski. É provável que uma vida inteira de solitude transforme-se em solidão. A maior graça da solitude é poder escolher, saber que ela é facultativa e que, quando o coração pedir por compartilhamento, haverá pessoas que ficarão felizes em oferecê-lo.
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Texto: Nathália Piccoli Edição: João Paulo Fernandes Consultoria: Roberto Debski, médico e psicólogo