Qualquer um com um doutorado pode ser chamado de doutor – um grau mais elevado do saber que conferia o direito de ensinar.
Originado nas universidades medievais, o doutorado poderia ser em direito, teologia, filosofia ou medicina (e agora em outras disciplinas). A hierarquia médica consistia em médico, cirurgião e boticário, e cada um tinha funções definidas. Os médicos, aqueles que tinham ido para a universidade, eram os verdadeiros doutores, e os cirurgiões e boticários, que tinham sido treinados com aprendizes, eram “senhores”. Mas o verbo “to doctor” em inglês (doutorar ou medicar, em português) também é muito antigo, e tem significado fora da medicina: mudar alguma coisa, seja no corpo humano – como fazem os médicos – ou em um objeto inanimado.
Assim, o verbo “doutorar” contribuiu para o processo de chamar os médicos de doutores. Afinal, a ascensão do cirurgião-boticário a partir de meados do século 18 consolidou essa mudança na forma de tratamento. Esse novo grupo, o antepassado do nosso clínico geral, cuidava de toda a família: realizava diagnósticos, partos, trabalhava na composição e distribuição de medicamentos e em outras tarefas cirúrgicas.
Edward Jenner, médico pioneiro na vacinação contra a varíola, pertencia a essa nova classe em ascensão e teria sido chamado de “Dr.” Jenner, enquanto seu professor, o famoso John Hunter (1728-1793), teria sido chamado de “Sr.” Hunter por ser um “mero” cirurgião. Nem Jenner ou Hunter tinham doutorado, ao contrário de médicos com formação universitária da época.
VEJA TAMBÉM:
- Orações em homenagem ao Dia do Médico
- Pensando em fazer cirurgia plástica? Médico aponta os principais cuidados
- Câncer: quais cuidados devem ser tomados durante o tratamento?