Quando Voltaire – filósofo iluminista francês do século XVIII – declarou que a Bíblia não sobreviveria cem anos depois à época em que ele viveu, o estudioso estava enganado. Sua declaração dizia que pouquíssimas pessoas recorreriam ao livro, porém, mal sabia ele que por muito tempo os escritos bíblicos seriam procurados constantemente pelas pessoas no mundo todo.
Só que, assim como a crítica de Voltaire, muitas outras surgiram indo além do aspecto da popularidade das sagradas escrituras. Uns chamam de aterrorizantes, outros de contraditórios e exagerados e até de descabidos os fragmentos bíblicos.
Esses são apenas alguns pontos que ao longo do tempo tiveram grande repercussão conforme o pensamento humano ia evoluindo e o comportamento social mudando. Tudo isso foi questionado e, até hoje, não deixou de ser, por exemplo…
A mulher e o novo testamento
Para Luciano Gomes dos Santos, professor de cultura religiosa da Faculdade de Direito Padre Arnaldo Janssen, existe uma diferença quanto ao modo como a mulher é vista no Antigo e no Novo Testamento. “No contexto bíblico, o patriarcado sobressai, porém, no Antigo Testamento, a mulher exerce papéis fundamentais na caminhada do povo de Deus: esposa, mãe, profetisa. A mulher defende o seu povo e busca a construção de uma sociedade com menos violência”, comenta Luciano.
Para ele, no texto bíblico, a mulher não é inferior ao homem e como Deus contou com a ação de homens para o seu projeto, contou também com diversas mulheres na edificação da comunidade do povo.
“No Novo Testamento, Jesus inaugura uma nova relação com as mulheres. Há um reconhecimento de sua dignidade. A figura central feminina é a jovem Maria que é escolhida para ser a mãe de Jesus, conforme Evangelho de Lucas (1:26-38). As mulheres são as primeiras destinatárias do Evangelho, da mensagem da ressurreição de Cristo. Segundo Jesus, elas não são inferiores aos homens, ideia que resgata a dignidade feminina”, completa o professor.
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TEXTO: Redação Alto Astral EDIÇÃO: Nathália Piccoli
CONSULTORIA: Luciano Gomes dos Santos, professor de cultura religiosa da Faculdade de Direito Padre Arnaldo Janssen.