A meditação, dentre outros benefícios, pode colaborar no processo de acessar o inconsciente. Segundo a psiquiatra Sofia Bauer, “quando meditamos, estamos em um momento de silêncio. Isso pode fazer com que você tenha estalos da mente que lhe mostrem saídas ou revelem sentimentos mais profundos.
Por isso, meditar, ficar em silêncio e ter um tempo a sós são essenciais para se ouvir. Uma mente ocupada demais não tem acesso ao inconsciente”. Uma técnica de meditação que vem se popularizando é o mindfulness, que consiste em um estado de prestar atenção de uma forma particular no momento presente e sem julgamentos.
Aprenda abaixo com Daniela Sopezki, mestra em psicologia clínica e instrutora de mindfulness, a “prática dos três minutos”, uma das formas de aplicar a técnica mindfulness.
1. Tomada de Consciência: Relaxe e feche os olhos. Em seguida, pergunte-se: “Qual é a minha experiência agora? Qual a sensação em meu corpo neste momento?”. Permita-se perceber todas as sensações em seu corpo. “Reconheça a sua experiência, mesmo que seja indesejada”, sugere a especialista.
2. Centralização: Redirecione suavemente sua atenção para a respiração. Respire e expire, prestando atenção nos movimentos. “Sua respiração pode funcionar como uma âncora para trazê-lo para o presente e ajudá-lo a entrar em sintonia com um estado de consciência e quietude”, explica.
3. Expansão: Enquanto respira, amplie o campo de sua consciência. Perceba sua postura, os sons do ambiente e sua expressão facial. Então, verifique como se sente.
As consequências de acessar o inconsciente
Segundo especialistas, o acesso do inconsciente está diretamente ligado ao autoconhecimento, ou seja, à sensação de reconhecer verdadeiramente a sua essência. “O que o homem poderia temer ao se conhecer melhor? Mesmo que o processo tenha sentimentos negativos, precisamos nos dar permissão para ser humano e sentir todos os sentimentos”, explica Sofia Bauer.
Ao praticar técnicas para acessar essa parte misteriosa da mente, podemos ver possíveis causas de sofrimentos e anseios, assim como o que desejamos, no íntimo, ser e fazer com a nossa vida. “Não que você vá viver de prazer, mas muito mais que isso – é dar significado à vida. Somente se pudermos ir mais fundo em nossas emoções, poderemos ver o que de verdade nos completa e faz bem”, completa a especialista.
LEIA TAMBÉM
Texto: Jéssica Pirazza/Colaboradora – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Entrevistas: Natália Negretti e Jéssica Pirazza/Colaboradora – Consultoria: Daniela Sopezki, mestra em psicologia clínica e instrutora de mindfulness e ioga; Sofia Bauer, psiquiatra e especialista em psicanálise