Mesmo com os avanços na produção de medicamentos, alguns organismos nocivos à saúde humana aprimoraram-se e podem resistir a alguns tipos de antibióticos. Os micro-organismos produtores de KPC desenvolveram um mecanismo para sobreviver aos antibióticos beta-lactâmicos – como penicilinas, cefalosporinas, aztreonam e carbapenêmicos – utilizados contra infecções. “Todos os antibióticos beta-lactâmicos possuem em comum a presença de um anel beta-lactâmico na estrutura química. Assim como outras carbapenemases, a enzima KPC degrada o anel beta-lactâmico, inativando a ação da droga, portanto, a síntese da parede celular bacteriana ocorre normalmente, mantendo a sobrevivência do micro-organismo e limitando as opções terapêuticas”, explica a microbiologista Doroti Garcia. Contudo, esse não é o único método de sobrevivência encontrado pelas bactérias. “Mais recentemente, em novembro de 2015, foi divulgada a presença de um mecanismo de resistência à colistina mediado por plasmídeo, denominado MCR-1 (plasmid-mediated colistin resistance mechanism).
Essa descoberta tem causado grande preocupação na área da saúde pública, pois o gene MCR-1, responsável pela produção da enzima MCR-1, está localizado em plasmídeo, que é um elemento genético móvel que se dissemina facilmente de um micro-organismo a outro”, explica Doroti. A preocupação se deve ao fato de que a colistina é uma das últimas opções para o tratamento de infecções provocadas por micro-organismos resistentes aos carbapenêmicos. “A partir da descoberta da resistência à colistina mediada por plasmídeo, o sinal de alerta está em nível máximo, pois plasmídeos se disseminam rapidamente de um micro-organismo a outro”, alerta a especialista.
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Texto: Érica Aguiar Edição: Angelo Matilha Cherubini
Consultoria: Doroti Garcia, microbiologista