A escolha do nome Francisco já anunciava ao mundo o que os argentinos já sabiam bem: o atual papa preza pela simplicidade e pela humildade. A responsabilidade de carregar esse nome é grande, mas Jorge Mario Bergoglio aceitou o desafio sem qualquer desconforto, e mostra, desde a forma como se veste ao modo como trata as pessoas, o porquê Francisco lhe cai tão bem.
A humildade do Papa Francisco
O posto de arcebispo de Buenos Aires permitia ao futuro papa usufruir de certas regalias: viver em uma casa luxuosa e contar com o serviço de um motorista particular dia e noite. Bergoglio recusou ambas as ofertas e preferiu seguir com sua rotina, que contemplava caminhadas a pé pelo bairro até seu modesto apartamento de dois quartos, onde fazia suas próprias refeições.
Da mesma forma, desde que se tornou cardeal, dispensava os carros oficiais e optava por se locomover por transportes públicos, talvez por isso não seja raro ouvir relatos de pessoas, seja na Argentina ou no Estado do Vaticano, orgulhosas por terem encontrado-o em ônibus e trens.
E se hoje não é mais possível para Papa Francisco circular dessa forma, ele tampouco recorre à limusine até então utilizada pelos outros pontífices da Igreja Católica para viajar pelo Vaticano. No lugar, adotou um bem mais modesto Ford Focus. Quando esteve no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, dispensou o carro blindado por um Fiat Idea e percorreu a quente cidade do Rio de Janeiro com o ar-condicionado desligado para poder manter a janela aberta e acenar aos fiéis.
Até o quarto localizado no palácio papal, suntuoso tanto em proporções quanto em decoração, foi abdicado por Francisco, que optou por um cômodo simples na Casa de Santa Marta. A indumentária acompanha a mesma lógica. Desprovido de qualquer afetação, dispensou o manto vermelho em sua primeira aparição como pontífice, usado por papas em ocasiões solenes, e apresentou-se apenas com a roupa branca, traje papal mais simples. E assim vem seguindo a mesma toada em seus pouco mais de dois anos de papado.
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Texto: Natália Ortega – Edição: Victor Santos