Freud fazia e receitava o uso da cocaína. Entenda!

O pai da psicanálise, Sigmund Freud, não era só adepto da cocaína como receitava a droga com fins terapêuticos para seus pacientes

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Cocaína: droga ilegal altamente viciante, certo? Hoje, a resposta é sim. Mas se essa pergunta fosse feita no final do século 19, essa afirmação seria falsa – ou, pelo menos, não teria uma resposta concreta. Foi baseado nessa ideia que Sigmund Freud receitou e fez uso da substância por um longo período de tempo.

Isso mesmo: o pai da psicanálise foi um grande entusiasta da cocaína. Mas, calma! Ele não fazia o consumo de forma indiscriminada e recreativa – seu uso era apenas terapêutico. Para isso, precisamos entender o contexto do pó branco na época.

freud cocaina po branco

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Freud e pó branco

Antes de desenvolver a psicanálise, Sigmund era um médico recém-formado fascinado por pesquisas. Ao ter contato com a substância, Freud acreditou que teria sucesso ao comprovar seus efeitos benéficos. O jovem psiquiatra se impressionou com os resultados do então remédio e passou a experimentar a cocaína.

“Era um homem de ânimo ameno, quase apático em certos momentos, mas, após iniciar o uso da nova medicação, adquiriu uma extraordinária disposição e energia”, descreve o estudante de psicologia e pesquisador da psicanálise João Vitor Wrobleski. Ao contrário do uso característico atual – aspirado pelo nariz –, o austríaco ingeria pequenas quantidades do pó dissolvido em água.

Além de fazer uso, Freud também receitou a droga a seus pacientes, familiares e à própria noiva. Um dos casos mais emblemáticos foi de um colega de residência hospitalar, Ernst von Fleischl-Marxow.

Após um acidente, Fleischl adquiriu uma infecção e passou a usar morfina para lidar com a dor. Freud, então, receitou cocaína a seu amigo para diminuir a dependência do opiáceo. Após pouco tempo, o paciente substituiu o vício em morfina inteiramente pela cocaína.

“Esse caso passou a ser o calcanhar de Aquiles do projeto de divulgação da cocaína tocado por Freud. Foi assim que o próprio admitiu o fracasso no tratamento em um artigo científico dois anos depois da morte do colega (em decorrência da infecção). Em seu artigo, Freud recomenda que não se use mais a cocaína em pacientes que já são adictos”, analisa o psicólogo e psicanalista Rodrigo Alencar.

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Texto e entrevistas: Augusto Biason/Colaborador – Edição: Giovane Rocha/Colaborador

Consultoria: João Vitor Wrobleski, estudante de psicologia, pesquisador da psicanálise e dono do canal Filosofia da Psique no YouTube; Rodrigo Alencar, psicólogo e psicanalista

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