Pode-se dizer que o general José Antonio Flores da Cunha foi um anônimo articulador da ascensão e da queda de Getúlio Vargas. Ele participou ativamente do golpe que colocou Vargas no poder em 1930, foi interventor do Rio Grande do Sul e, leal, ajudou a conter a Revolução de 1932.
Devido a diferenças políticas, no entanto, Flores da Cunha passou de braço direito do presidente a um de seus maiores inimigos, exilando-se no Uruguai. “Logo que chegou a Montevidéu, começou a conspirar contra o governo brasileiro. Todos os que fossem contrários ao governo de Getúlio Vargas eram correligionários dele”, relata Adriana Bellintani no livro Conspiração contra o Estado Novo (Editora Edipucrs).
“O filho de Flores da Cunha era um dos diretores da Rádio Farroupilha e utilizava as dependências da emissora para realizar reuniões secretas com membros comprometidos”, conta. Mesmo vigiado por espiões no Uruguai, o general conseguiu manter uma vida paralela, encabeçando, naquela época sem internet nem telefone celular, uma rede conspiratória vitoriosa que se infiltrou pelos estados mais importantes do País e contribuiu para a queda do Estado Novo.
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Texto: Redação / Edição: Érika Alfaro / Fonte: Livro Conspiração contra o Estado Novo, Editora Edipucrs, Adriana Bellintani