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Nem sempre é culpa do demônio: doenças psiquiátricas e psicológicas podem ser confundidas com possessão
- Foto: Shutterstock Images

Doenças psiquiátricas e psicológicas podem ser confundidas com possessão

Nem sempre é culpa do demônio: doenças psiquiátricas e psicológicas podem ser confundidas com possessão

Casos de exorcismo são mais raros do que se imagina. Ainda que algumas pessoas apresentem certos sintomas de possessão maligna, na maioria das vezes trata-se de doenças psiquiátricas ou psicológicas. Por isso, antes de optar por um ritual de exorcismo, a pessoa precisa passar por médicos especializados.

Sem confiar no médico

Existe uma crença popular de que a culpa de “estar doente”, no caso de doenças psiquiátricas e psicológicas, depende da determinação do indivíduo. E tal convicção prejudica o tratamento. Além disso, “se temos uma possessão, somos vítimas e não temos responsabilidade sobre isso, então menos culpa, menos responsabilidade”, explica a psicóloga Nara Matos. Assim, torna-se mais difícil para o paciente confiar em um médico. “O curador espiritual seria ‘encarregado de Deus’ e o psicoterapeuta ou médico é alguém que estudou e se especializou para isso, portanto, a desconfiança sobre ele é maior e é natural”, afirma.

psiquiátricas

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Comportamento equivocado

Em outros casos, uma pessoa que adquiriu conhecimentos sobre possessão ao longo de sua vida (ao presenciar rituais religiosos ou assistir a filmes, por exemplo) sabe se comportar como alguém que está submetido à ação espiritual. “Então, ocorre um processo dissociativo, durante o qual o indivíduo se comportará involuntariamente, por vezes inconscientemente, conforme o papel do ‘endemoniado’ que o grupo conhece.

A doutrina e as crenças do grupo servem como sugestões de um hipnotista para o hipnotizado. O processo dissociativo é justamente colocado em atividade no momento em que o sujeito age automaticamente, mas exatamente conforme o esperado pelo grupo”, explica o psicólogo Wellington Zangari.

Palavra de especialista

Tal contexto reforça a ideia de que o indivíduo esteja possuído de fato, provocando apenas um controle parcial de seus movimentos físicos. Dessa forma, o ideal é que o acometido seja sempre consultado por um médico. De acordo com a psicóloga Renata Paes, “uma vez descartado qualquer transtorno orgânico, a conduta seria encaminhar para psiquiatria e psicoterapia. Estes profissionais avaliarão e poderão indicar o melhor tratamento.

 

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Consultoria: Nara Matos, psicóloga clínica e hipnoterapeuta; Renata Alves Paes, psicóloga cognitivo-comportamental com mestrado e doutorado em neurociências; Wellington Zangari, coordenador do Inter Psi – Laboratório de Psicologia Anomalística e Processos Psicossociais e do Laboratório de Psicologia Social da Religião do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).

Texto: Érica Aguiar – Edição: Natália Negretti

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