Cor da pele, identidade de gênero, roupas, aqueles quilos a mais ou a menos, profissões, nacionalidades, pluralismo religioso e até um simples gosto musical. Esses são apenas alguns exemplos de como você pode se mostrar preconceituoso. Não que esse sentimento tenha surgido de algum tempo para cá, muito pelo contrário. Mas é que hoje a psicologia já é capaz de estudar essas situações comportamentais por meio do viés inconsciente (ou unconscious bias, em inglês): ideias preconceituosas sobre algum assunto em específico ou grupo social, muitas vezes sem o total conhecimento sobre aquilo, e que acabam sendo relevadas.
Você é preconceituoso
Muito provavelmente, sim. Ainda que você não se dê conta. Dependendo do país em que vive, da religião que segue, dos programas de tevê que assiste, dos valores que sua família buscou lhe passar, entre outros fatores, é capaz que você tenha, ainda que inconscientemente, pré-julgamentos estereotipados. Da mesma forma, conceitos positivos também fazem parte do seu inconsciente. Por tanto, seus pensamentos rápidos terão como base toda sua bagagem de vivência. Não adianta se ofender e afirmar com todas as letras que não é preconceituoso.
Qualquer pessoa que tenha um cérebro possui um viés inconsciente e com ele processos neurais e cognitivos que tiram conclusões por você. Nada o impede de trazer isso para o consciente, tornando o pensamento lento com o objetivo de refletir melhor. Não é porque seu primeiro raciocínio foi preconceituoso que você vai agir para a ação preconceituosa. Existe uma grande lacuna entre pensar e agir. A questão é ter em mente que o inconsciente arquiva muito mais do que podemos imaginar, ainda que seja informações que desaprovamos conscientemente.
Formando seus pensamentos
O cérebro recebe e processa informações o tempo todo. Portanto, desde seus primeiros dias de vida, tudo que chega até sua mente é, de alguma forma, notado. “Quando criança, absorvemos informações como uma esponja, sem qualquer critério de análise ou julgamento. Caso tenhamos assistido a um filme, ouvido uma conversa ou lido algum artigo, por exemplo, ainda que inconscientemente, essas ideias podem passar a nos influenciar”, afirma a mediadora neurológica Duda Prestes.
Com o passar dos anos, as informações não deixam de chegar, porém, passamos a analisá-las mais criteriosamente. Contudo, a análise será baseada no que já foi inconscientemente absorvido anteriormente. Por isso que é tão importante a educação desde a infância.
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Consultoria: Duda Prestes, mediadora neurológica
Texto: Natália Negretti