Os antibióticos são uma classe de medicamentos destinada à combater micro-organismos nocivos à saúde humana. Consumidos sob prescrição médica e gerenciados da forma correta, são fundamentais para impedir o avanço e erradicar eventuais infecções. Contudo, seu uso abusivo pode comprometer todo o tratamento, e prejudicar ainda mais a saúde já debilitada do paciente.
Deixando a pista livre
Bactérias, vírus e fungos comensais formam o microbioma responsável por proteger nosso organismo da possível colonização de micro-organismos patogênicos, conforme explica o infectologista Plínio Trabasso. “Quando uma bactéria patogênica tenta colonizar o nosso organismo, precisa competir com os micro-organismos do nosso microbioma por nutrientes e espaço. O microbioma, já adaptado ao organismo, vence esta competição por nutrientes, espaço e, eventualmente, oxigênio, e não permite a instalação das cepas patogênicas no nosso organismo”, aponta Plínio. O grande problema é que o uso indiscriminado de antibióticos provoca a morte indevida das bactérias pertencentes ao microbioma. Assim, deixa a “competição” menos acirrada, facilitando a instalação de micro-organismos patogênicos, que levam à infecções.
Na dose e no tempo certos
Além disso, é preciso seguir a recomendação do tempo de uso do medicamento. Segundo a microbiologista Doroti Garcia, isso acontece porque o fármaco precisa atingir a concentração necessária no local da infecção para que sua ação seja eficaz. “Após o uso de cada dose, a droga será absorvida e depois eliminada, portanto, uma nova dose tem que ser administrada. Por isso, o horário do antibiótico deve sempre ser respeitado, administrado sempre no mesmo horário e no mesmo intervalo de tempo”, destaca Doroti.
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Texto: Érica Aguiar Edição: João Paulo Fernandes Consultoria: Doroti Garcia, microbiologista; Plínio Trabasso, infectologista