Na neurociência, as mensagens subliminares se enquadram no tipo de memória implícita, que refere-se às lembranças que não são conscientemente adquiridas, isto é, dependem da aprendizagem consciente. “É onde enquadram-se os condicionamentos, a aprendizagem de hábitos (aspectos motores) e ainda outras formas de memória, como a aprendizagem não associativa, que envolve aprendizado por apresentação repetitiva da informação”, afirma o especialista em neurociência Felipe Rodrigues Veigas.
Basicamente, as mensagens subliminares não são processadas de forma consciente, mas sim de maneira inconsciente. Em outras palavras: o indivíduo não está ciente sobre a informação que está recebendo.
A psicóloga Jéssica Elias Vicentini destaca o efeito priming, termo em inglês sem tradução no português que significa o reconhecimento de algo que foi previamente vivenciado e que, portanto, influencia o desempenho de uma ação posterior. “Como essa habilidade é mediada por memória implícita, é então subjetiva e única para cada sujeito”, aponta Jéssica.
O fenômeno também é conhecido como pré-ativação, “uma espécie de facilitação da atividade de determinado circuito neuronal (aquele que foi pré-ativado) de forma que a apresentação de um estímulo influencia a resposta a outro estímulo”, explica Felipe.
A ciência aponta que reflexos vindos do inconsciente podem atingir níveis profundos de processamento cognitivo, chegando a influenciar até a interpretação e reconhecimento de imagens, que ocorre no córtex cerebral.
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Texto e entrevistas: Natália Negretti – Edição: Giovane Rocha/Colaborador
Consultorias: Felipe Rodrigues Veigas, especialista em neurociência e professor na Universidade do Oeste Paulista – Unoeste, em Presidente Prudente (SP); Jéssica Elias Vicentini, psicóloga especialista em neuropsicologia