Apesar de ainda ser reconhecida nas ruas como a Mãe Lucinda, Vera Holtz se prepara para viver mais um personagem marcante na tevê: a Dona Redonda, de “Saramandaia”. Na trama, a carola é casada com Encolheu (Matheus Nachtergaele) e é dona de um apetite voraz e um corpo de 250 quilos. Para dar vida à Dona Redonda, Vera Holtz fala sobre os detalhes da caracterização da personagem, como as próteses que demoram quatro horas para ser colocadas. Confira a entrevista:
Foto: João Cotta/TV Globo
Você está com um visual bem bacana com óculos colorido…
Tenho um estilo de óculos e sempre uso um diferente. O cabelo branco faz tempo que adotei, me identifico com ele e gosto. Estou tranquila. É muito bom começar um trabalho novo, em Saramandaia, com um elenco desse, uma equipe dessas e com inovações surpreendentes.
Você vai fazer uma personagem que ficou na memória…
O remake de Saramandaia sempre foi esperado, essa coisa de trazer o Dias Gomes para os dias de hoje, como o autor Ricardo Linhares disse muito bem. E tem um elenco maravilhoso, núcleos novos. Quem viu vai ter a curiosidade de rever e quem nunca viu terá a curiosidade de ver agora, pelos efeitos novos, a dinâmica e a história. Vou fazer a Dona Redonda que foi a personagem de Wilza Carla em 1976. É uma personagem que ultrapassa o tempo e ficou na memória das pessoas. Quando falo em Saramandaia com as pessoas todos se lembram de que tinha uma mulher que explodia, um homem que saía formiguinha pelo nariz, outro que tinha asas e do lobisomem.
Como é feita a sua caracterização?
São próteses. Chamamos de caracterização de efeito. São personagens que necessitam de uma equipe de caracterização e dos efeitos especiais. É uma equipe imensa em torno de mim: maquiadores, cabeleireiros, camareiras, a turma dos efeitos, a equipe das próteses físicas, que são os braços, as pernas, o rosto. E ainda tenho uma parte de cabelo e de peruca.
Quanto tempo demora?
Leva quatro horas para eu ficar pronta e uma para retirar depois. Tem um tempo que as próteses aguentam e não sei dizer ainda porque não gravei muito e tudo está sendo descoberto. Temos muita motivação pra fazer e a cada dia descobrimos um comportamento diferente das próteses, quanto tempo posso usar, quais as consequências desse sobrepeso, quanto tempo aguento ficar, quanto tempo as próteses não me machucam. Estamos aprendendo tudo no dia a dia. É muito legal o resultado e já falei que agora sou zen, feliz por poder compartilhar esse trabalho gostoso com meus colegas.
Foto: Alex Carvalho/TV Globo
E você como está?
Estou bem, vou fazer 60 anos, feliz da vida.
Continua voltando a sua cidade?
Estou sempre por lá em Tatuí (SP). Nunca saí da minha cidade.
E você acha que a personagem fará sucesso com as crianças?
Acho. Ela é divertida, com uma caracterização engraçada e uma roupa colorida. Vai acabar atraindo a criançada.