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Em coletiva, atriz falou sobre o seriado que voltará às telinhas em fevereiro
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"Ganhei com a Picucha e voltei para fazer a Picucha", disse Fernanda Montenegro sobre Doce de Mãe

Em coletiva, atriz falou sobre o seriado que voltará às telinhas em fevereiro

Em coletiva de imprensa, Fernanda Montenegro falou sobre Doce de Mãe, que retornará ao ar no dia 30 de janeiro em 14 episódios. A série foi ao ar originalmente em Dezembro de 2012, como parte da programação de fim de ano da Rede Globo. Confira o que a atriz rainha das telinhas falou sobre o assunto:

Fernanda Montenegro

Foto: AgNews

Como foi a preparação para o projeto?
Fernanda Montenegro: Este projeto já vem de uns dois anos e meio pra cá. Quando me convidaram, eu logo aceitei. Já admirava muito o trabalho do Jorge. Também tenho uma grande admiração pelo Guel [Arrais, diretor de núcleo]. Passei a conhecer a Ana [Luiza Azevendo, diretora], a Olívia e todo esse grupo que cria o projeto e também teve a intuição divina de reunir um elenco dessa qualidade, desse valor. E nos encontramos com muita descontração. Nós nos encontramos numa felicidade, não só de companheirismo, mas também de uma integração, um gosto de atuação não-emblemática, não descarada, não só uma anedota. Também pela direção do Jorge e sua equipe, nos propusemos a imantar de humanidade esse nosso trabalho. É uma herança muito profunda do teatro brasileiro, que é a comédia de costume. Hoje se faz muita comédia, mas a gente tira o comportamental, tira o lado da vivência mesmo que o brasileiro tem na sua hora de alegria ou na sua hora de angústia. A comédia de costume, que vem lá do século 19, é rica de possibilidades por causa desse lado que vai da falência humana muitas vezes no combate diário em lidar com a família – mãe com filho, filho com mãe, com pai, vizinho, amante. E com toda essa herança da comédia de costumes, que a minha geração conheceu bem, voltar a isso foi voltar à minha mais tenra infância teatral e também televisiva. Esse fenômeno de encontro de artistas e de gente, isso às vezes a gente tenta formar e não acontece, e aqui isso aconteceu naturalmente. Nem sei como me pôr de tanta alegria. Tive um passado de personagens ricas de novela das nove, com roupas que uma ricaça poderia usar no Brasil, e pegar uma senhorinha dessa é uma alegria.

Você acredita que todo o elenco se entrosou bem? Como é viver essa relação?
Fernanda Montenegro: Se conseguiu uma unidade de elenco, mas quero afirmar que isso não é conversa fiada. Você faz tudo para ter um elenco que se contamine nesse conjunto, nessa vivência, e não acontece. Todos nós temos uma vivência teatral intensa, e a gente sabe na pele o que significa ganhar uma unidade de um elenco diante de um trabalho. Isso é fato. Estamos entrosados, somos felizes nesse trabalho. A prova disso é que viemos um telefilme e retomamos a história, e quando nos encontramos, os enredos das cenas vêm calorosos, discutidos, nada passa pela dor. Não quer dizer que não sejamos responsáveis.

Você acredita que o teatro influencia na atuação dos atores de Doce de Mãe?
Fernanda Montenegro: O trabalho na televisão, o que minha geração conseguiu materializar foi o espírito de improvisação, uma possibilidade de criar em cima de poucos ensaios, porque os ensaios eram durante uma semana, de meia-noite e meia às quatro da manhã, toda essa máquina de domar os personagens que podia não ser muito boa, mas era uma tentativa, uma tentativa… o cinema veio depois, mas eu não quero dizer que eu sou do teatro e estou numa redoma. Eu acho que toda maneira de amar vale a pena e a televisão ela pode sim te adestrar e pode amadurecer em você o seu processo todo de improvisação, de não se conter de não se estruturar de uma forma acadêmica e dura.

Você tem medo de ficar sozinha? Pensa na solidão?
Fernanda Montenegro: Na vida? Medo a gente tem de ficar sozinha na vida. Na vida?!? Quem é que quer ficar sozinho na vida?! Eu não quero ficar sozinha na vida, mas de vez em quando eu gosto de ficar sozinha. Queira ou não, na minha idade, pode, sei lá… mas eu espero que não fique sozinha na vida! Um belo dia falávamos no Faustão eu comecei a lembrar de todas as pessoas da minha idade pra 90 anos e essa gente está trabalhando ou no teatro, ou na televisão, ou no cinema, é muita gente… eu acho que o teatro também dá isso. Eu digo o teatro porque é uma zona artesanal. Uma pessoa sai de casa pra te ver. Isso é uma responsabilidade que não tem medida. O cara trabalha, vai pra casa dele, volta com o carrinho dele – olha que trabalheira – leva o carrinho dele lá no estacionamento, paga o ingresso e senta e espera que aconteça alguma coisa. Você imagina o que é isso. Mas, a nossa estranha anomalia que é essa profissão que a gente faz, a gente lida com tantos personagens pela vida, com tantos personagens que eu tenho a impressão que isso vai me alimentando, vai me jogando pra frente. Talvez, sei lá, me defende da solidão da vida. Porque pra nós, que vivemos na pele a vida de outras pessoas, outros personagens, a gente vai suportando vivências e vivências – um pouco mais, um pouco menos – que você cria uma galeria… eu devo ter feito uns 400 teleteatros, então eu penso: “ótimo, não estou mais sozinha”. Agora, fisicamente? Ah, não quero…

De que forma você acha que Fernanda Montenegro agregou conteúdo à personagem Picucha?
Fernanda Montenegro: Na minha família tinha muito velho, e todos empreendedores, de uma força, um brio, uma dimensão de centralizar a coragem do grupo, sabe, então acho que todos os meus velhos estão ali. Até alguns outros, também.

Depois de ganhar um Emmy, a pressão de fazer esse personagem aumentou? E ganhar um Emmy teve a mesma emoção do primeiro prêmio que você já ganhou?
Fernanda Montenegro: É o seguinte. Nessa altura da minha vida, num dos dias que tínhamos acabado de gravar umas externas, me disseram: ‘você foi indicada ao Emmy’. Sabe, essas coisas são tão inesperadas. Como quando eu fui indicada ao Oscar. Um filme pequeno, um filme de produção baratíssima, aí de repente tô lá. É bom? É, é bom. Mas a sua vida não vai tomar outro rumo. Esses prêmios, principalmente no Brasil, eles são importantes, tem um aval, alguém te ama, alguém te quer, alguém te chama de meu amor [risos]. No Brasil isso não te acrescenta nada. Um prêmio desse, uma indicação ao Oscar, no mundo dos agentes, no mundo dos que produzem esse espetáculo industrializado, o teu salário aumenta, vem não sei quantos convites pra você, você passa a ser uma pessoa solicitada, e você começa a ter um campo muito maior do que você poderia, então estar lá é uma coisa muito importante. Eu vi um candidato ao Emmy, não sei o nome, que estava ao meu lado na coletiva, e ele estava tão nervoso, mas estava tão tenso, um ator internacional, um ator que fez Anna Karenina… e eu acho isso um alívio, porque pouco depois de ganhar um prêmio você tem não sei quantos projetos, aí vem um agente e diz que você tem que fazer tal coisa pra você ganhar mais não sei quantos milhões… Graças a Deus não tenho isso! Quem tá feliz volta pra casa. Não mudei nada. Ganhei com a Picucha e voltei pra fazer a Picucha. O que é uma honra pra mim.

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