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Atriz afirma que foi um crescimento pessoal fazer laboratório para interpretar a Malu de Sangue Bom, que estreia nesta segunda (dia 29)
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Entrevista com Fernanda Vasconcellos

Atriz afirma que foi um crescimento pessoal fazer laboratório para interpretar a Malu de Sangue Bom, que estreia nesta segunda (dia 29)

Nesta segunda-feira (dia 29) ela estreia em Sangue Bom interpretando mais uma mocinha, essa com o “Q de heroína”, segundo ela. Fernanda Vasconcellos revelou em entrevista à Revista Guia da Tevê que visitar ONG’s e associações de crianças com câncer, durante laboratório para a novela, foi inspirador. “Foi um crescimento pessoal”, afirmou a atriz. Durante a conversa ela explicou também a relação de Malu com Bento, e com a irmã Amora. Veja a entrevista:

 

Entrevista com Fernanda Vasconcellos

Foto: Reinaldo Marques/Rede Globo

 

Guia da Tevê: Antes dessa pesquisa e laboratório para a novela, você já integrava algum projeto social?

Fernanda: “Eu já tinha participado de algumas coisas. Mas quando eu fui estudar a fundo o personagem, conheci essas pessoas que abrem essas ONG’s sem nenhum fim lucrativo, sem necessidade de aparecer. Essas pessoas estão nesses projetos por amor ao próximo. Claro que tem muita gente que pega o dinheiro público e tem como refém essas crianças.”

Guia da Tevê: Quais lugares você visitou para ver de perto essa realidade?

Fernanda: “Eu fui à AACC (Associação de Apoio à Crianças com Câncer) e Casa do Zezinho. Elas foram minha inspiração. Precisamos desse contato para termos esse crescimento de mundo. As pessoas não se olham mais, e aí não sabem fazer escolhas, nem de parceiros para seus relacionamentos.”

Guia da Tevê: Você chegou a se emocionar com alguma história?

Fernanda: “Me senti tocada, foi de um crescimento pessoal! Refleti sobre minha carreira, as pessoas que trabalham comigo. Foi tão inspirador. Você acha que vai ajudar eles, mas são eles quem nos ensinam.”

Guia da Tevê: Indicaria uma dessas organizações não governamentais para o público em geral? Para que a sociedade conheça de perto…

Fernanda: “Tem muita gente que fala: ‘Eu já estou fazendo minha parte’, mas por mais que você ajude de alguma forma, você só faz sua parte quando se dispõe a conhecer para saber quem são essas pessoas, sabe? É algo que me emociona muito.”

 

Entrevista com Fernanda Vasconcellos

Foto: Zé Paulo Cardeal/Rede Globo

 

Guia da Tevê: O desejo de conhecer essa realidade de perto foi uma indicação da novela, para que fizesse uma espécie de estágio? De quem partiu a ideia?

Fernanda: “Dessa vez, eu mesmo liguei, por vontade própria. Queria saber o porquê se monta uma ONG e ouvi histórias emocionantes, como de um pai que perdeu um filho vítima de leucemia. Tem criança morando em construção de palafita. É uma crítica muito inteligente da Maria Adelaide Amaral. Me orgulho de ser porta voz dessas pessoas, sem ser algo piegas e chato.”

Guia da Tevê: Sua personagem em tem uma identificação com o Bento (Marcos Pigossi), o mocinho da história. Você acha que rola um romance?

Fernanda:  “Eles se reconhecem. Tem valores muito parecidos. Quando você se conhece e reconhece em valores no outro, é bem mais fácil a convivência num relacionamento. Quando você imagina aquilo no outro, aquilo não se sustenta, fica frágil. Eles são altruístas. Sabem que para evoluir, não conseguem fazer nada sozinhos. Sem ajuda coletiva é impossível fazer sucesso.”

Guia da Tevê: Com tantas semelhanças será que eles se tornam um casal impossível, então?

Fernanda: “Não, de forma alguma. As diferenças, às vezes se complementam também.”

Guia da Tevê: Esse é um assunto que te tocou. No futuro você pensa em adotar uma criança?

Fernanda: “Calma! Estou fazendo apenas uma novela (risos). Para tudo há um processo. Eu não sou uma pessoa ansiosa.”

Guia da Tevê: Você tem uma carreira muito pautada em mocinhas. A Malu também é uma. Qual será seu grande diferencial?

Fernanda: “Aprendi com todas as mocinhas que eu fiz. Essa tem um ‘Q’ de heroína, que me instigou numa ação social e olhar para o outro. Às vezes nos fechamos e isso é a decadência.”

 

Entrevista com Fernanda Vasconcellos

Foto: Raphael Dias/Rede Globo

 

Guia da Tevê: Faltava na sua carreira uma personagem que te estimulasse mais, que tocasse mais profundamente o público?

Fernanda: “Eu gosto de personagens que estimulem os meus recursos, independente de um rótulo. Cada um deles é um ser humano. A Malu tem o seu lado ruim também. Não gosto de estereotipar, e sim, saber o que cada um dos personagens sente.”

Guia da Tevê:  Malu e Amora (Sophie Charlotte) são irmãs de criação, mas vão viver em pé de guerra…

Fernanda: “Elas têm conflitos de mundo. São visões completamente diferentes. A grande questão é saber onde elas se reconhecem no universo. É um questionamento de caráter.”

Guia da Tevê: Sua personagem é filha biológica, no entanto, a Amora, que é adotiva, tem a personalidade parecida com a mãe de ambas, Bárbara Ellen…

Fernanda: “Existem pessoas, que fazem algo, porque a vida lhes fez alguma coisa… Tem muita gente que se lamenta. O que você fez com isso? O que é força, valor… O que uma pessoa faz quando sofre rejeição. Porque eu conheci crianças nessas instituições que foram altamente rejeitadas pela sociedade. Diante disso, você se torna uma pessoa fútil ou tenta ajudar as demais? Esse é o conflito delas: o que você fez com o que fizeram de você!”

Guia da Tevê: O fato de serem seis protagonistas te deixa mais tranquila, menos pressionada pelo sucesso da trama, do público e principalmente da crítica?

Fernanda: “Estou mais preocupada com a personagem. As pessoas se complementam nesse elenco. Temos personagens incríveis na trama. Estou muito feliz.”

Guia da Tevê: Sangue Bom se passa em alguns bairros a Zona Norte de São Paulo. Você que é nascida e criada na Vila Guilherme, como foi relembrar esses momentos?

Fernanda: “Está sendo uma delícia. Morei 19 anos na Vila Guilherme, perto da Casa Verde. Saí de lá para fazer Malhação, em 2005.”

Guia da Tevê: Como você define esse momento de namoro com o apresentador Cássio Reis?

Fernanda: “Não tem uma palavra que defina. Estou muito feliz. É bom a gente se reconhecer no outro.”

 

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