“Não tenho tempo para isso”. Há quem passe dos 30 anos e comece a pensar que dedicar algumas horas a uma atividade diferente do trabalho profissional seja sinônimo de desperdício de tempo.
Porém, a prática dos chamados “hobbies” é essencial para manter a mente saudável, entre outros vários benefícios à saúde. “As atividades recreativas, quando constantes, possibilitam melhor qualidade de vida. O investimento emocional, físico e temporal em um hobby permite maior diversidade nas fontes de realização, fortalece a autoestima e possibilita maior disciplina em situações que geram prazer”, detalha a psicóloga Cristiane Moraes Pertusi.
Estar bem consigo mesmo, mantendo a mente ativa e as relações sociais, é fundamental para se chegar bem à terceira idade.
Rede de amigos
Os amigos da infância e da adolescência, geralmente, não participam da fase adulta. Com o passar do tempo, o círculo social muda e tende a ficar mais estreito. Porém, ter alguém para se divertir, passar bons momentos e trocar confidências sem que, necessariamente, seja um cônjuge, é essencial para viver de forma mais leve.
“Os vínculos sociais são fontes de investimento emocional, prazer e satisfação, e isso tem grande contribuição para a saúde biológica, psicológica e social de qualquer indivíduo”, afirma a especialista.
Trabalho x Família x Lazer
O dilema de dividir as 24 horas do dia entre compromissos profissionais e familiares é um dos motivos de não se dedicar a um momento de lazer. De acordo com Cristiane, é preciso investir em diversas áreas, que envolvam dons, habilidades e relações de amizade, pois, assim, a autoestima virá de diferentes contextos e será mais difícil se abalar com uma frustração.
Ou seja, quanto mais fontes de realização a pessoa conseguir ter em sua vida, menos impactada será quando algo em uma das áreas não sair tão bem. “A ordem é: explore seus dons, suas habilidades e você estará cuidando de sua saúde física, psicológica e social”, destaca a psicóloga.
Sem idade para começar
E qual seria a hora de procurar um hobby? Agora! Não há porque deixar para depois uma atividade que vai trazer momentos agradáveis e ainda fazer bem à saúde.
As atividade lúdicas desenvolvem o sistema neurológico, que produz reações bioquímicas que aliviam e diminuem estresse, tensões, ansiedades e até sintomas depressivos. “Na fase adulta se tem mais sabedoria, valoriza-se mais o que realmente importa, como viver e fazer o que se gosta por prazer”, conta Cristiane.
Opções para distrair a cabeça
Dança de salão: e não precisa de um par para arriscar os passos! Nos clubes e escolas de danças é possível fazer novas amizades.
Jardinagem: alguns vasos na varanda ou uma jardineira na janela já são espaços suficientes para cultivar flores, temperos, folhagens…
Pintura: seja em telas ou em panos, a atividade desperta o lado artístico, além de criar objetos lindos para decoração e até para presentear entes queridos.
Fotografia: registrar os momentos com os filhos, a viagem de férias ou aquela bela paisagem perto de casa. Com uma câmera na mão o mundo é visto de uma nova maneira. Existem grupos que se reúnem para tirar fotos, e quem quer se especializar pode fazer um curso curto em escolas específicas.
Viagens: conhecer novos lugares e costumes. Hoje há agências com pacotes exclusivos para adultos.
Coleções: selos, cartões postais, miniaturas, notas… São tantas as opções!
Artesanato: centros culturais oferecem cursos gratuitos de diversos tipos de trabalhos manuais. É só escolher o que mais lhe agrada.
Trabalho voluntário: procure uma instituição que precise de ajuda. Poucas horas dedicadas fazem toda a diferença a pessoas carentes.
Consultoria: Cristiane Moraes Pertusi, psicóloga