Ou melhor: por que, mesmo que os sabonetes e sabões sejam coloridos, eles produzem espuma sempre branca?
Como sabões e sabonetes são feitos
Na verdade, a cor do sabão é determinada pelo corante usado; já a cor da espuma é resultado da refração da luz nas suas bolhas, que é um processo da física. Sabões e sabonetes são sais de ácido graxos, obtidos a partir de reações de gordura animal (por exemplo, o sebo) e/ou óleos vegetais (óleo de coco, babaçu, etc.) com hidróxidos de sódio (soda cáustica) ou potássio. Eles estão dentro de um grupo de substâncias feitas para a limpeza, que são chamadas de detergentes. A palavra vem do latim detergere, que significa limpar).
O papel dos corantes
Sabões e sabonetes comerciais podem conter, além de detergentes, outras substâncias aditivas. Essas substâncias têm aplicações específicas no corpo ou nas roupas (por exemplo, dar brilho, volume e maciez) e que também dão identidade aos produtos (como perfumes e cores). Entre essas substâncias aditivas estão os corantes.
Utilizados em sabonetes e xampus, podem ser sintéticos ou naturais e estão presentes em pequenas concentrações. Os usados em sabonetes artesanais, por exemplo, costumam ser cosméticos e à base de água. Os corantes absorvem a luz visível em um determinado comprimento de onda e a emitem em outro. Esse processo é o que produz a coloração observada no sabonete.
Quando vira espuma
Ao entrarem em contato com a água, os corantes do sabão ou sabonete se dispersam. Além disso, o ácido graxo incolor gera um processo responsável por segurar o ar junto das moléculas de água quando é agitado, movimentado, fermentado ou fervido. Este efeito produz as bolhas que formam a espuma. Os detergentes que estão nos sabonetes são os responsáveis pela produção de espuma. É uma dispersão coloidal, onde um grande volume de ar se dispersa em uma pequena quantidade de líquido (soluções mais claras), formando pequenos conglomerados de bolhas.
O papel da luz
As paredes dessas bolhas formam filmes bem finos do líquido. As moléculas do corante, determinantes para a coloração, ficam à parte das moléculas do sabão que produzem o tom natural da espuma. Quando entra em contato com as bolhas da espuma, a luz proveniente do sol ou de uma lâmpada incandescente sofre muitas reflexões.
Cada bolha age como se fosse um prisma, dividindo o raio “transparente” da luz do ambiente em raios com as cores do arco-íris. Cada refração ricocheteia em outras bolhas, como num jogo de espelhos. Como todos esses raios chegam aos nossos olhos ao mesmo tempo, ao olhar para uma espuma, vemos apenas o branco, que é a soma natural de todas as cores. Assim, mesmo que o sabonete seja colorido, sua espuma será sempre branca.
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Texto: Ricardo Piccinato