Mesmo que nos dias atuais a fé tenha se tornado objeto de estudo, nem mesmo essa aproximação pode acabar com as diferenças fundamentais entre as visões científica e religiosa de fé. Uma delas é a origem do fenômeno, ou o modo como ele se manifesta.
Pensadores e estudiosos da Bíblia, como o norte-americano Russell Norman Champlin, defendem que “a fé tem origem divina, uma vez que o homem não teria poder suficiente para criá-la por si mesmo”. Já para a ciência, especialmente psicólogos e pesquisadores da mente, a fé parte do indivíduo. Ainda que ele seja doutrinado e direcionado para uma determinada crença religiosa, isso não significa que ele crê realmente nela.
Fé como objeto de pesquisa
Contudo, o grande desafio dos cientistas em relação à fé é não se tratar de um fenômeno racionalmente explicável. Isso dificulta bastante as pesquisas que tenham a fé como objeto. Pensadores como o filósofo Immanuel Kant chegaram a defender a impossibilidade de discutir seriamente qualquer questão religiosa. Tal posição foi reafirmada pelo filosofo dinamarquês Soren Kierkgaard, que considerava a fé totalmente irracional, portanto, fora do campo da investigação científica.
Mais recentemente, teóricos que procuram integrar os pontos positivos entre fé e ciência têm ganhado espaço, como o filósofo cristão Alvin Plantinga, que defende ser a fé racional, uma vez que “acreditar em algo que não podemos evitar é uma atitude racional”.
Segundo ele, “para a pessoa que tem fé, as grandes alegações que o evangelho apresenta parecem claramente verdadeiras, óbvias, atraentes. Ela se percebe convencida, assim como acontece no caso de claras crenças da memória ou a crença em verdades elementares da aritmética. (…) Não se trata de um salto no escuro, não só porque a pessoa com fé está convencida por completo, mas também porque, de fato, a crença em questão satisfaz as condições de racionalidade e garantia”.
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Texto: David Cintra/Redação | Edição: Érika Alfaro