Seu sistema visual e sua percepção podem ver coisas de uma maneira errada – e isso é uma forma de ilusão de ótica. No tipo de ilusão cognitiva, “ela ocorre devido à má aplicação de conhecimentos e estratégias”, explica João Jorge Cabral. Segundo o médico e psiquiatra, ela teve suporte de estudos no campo da neurologia realizados na década passada.
“Os estudos demonstraram, por meio da análise de imagens por ressonância magnética, a ativação do córtex occipital lateral e o córtex parietal posterior na construção da percepção da ilusão. De acordo com essas pesquisas, as duas áreas (fisiológica e cognitiva) interagem na produção da ilusão de ótica”, explica o especialista sobre o que acontece em nosso cérebro.
Dessa forma, nas ilusões cognitivas, nosso conhecimento de mundo é utilizado e acaba nos confundindo. Vamos começar com algo simples e que todo mundo conhece: linhas horizontais e comparações. Abaixo, você poderia dizer em qual dessas flechas (A ou B) a linha horizontal é a maior?
Você provavelmente viu essa ilusão anteriormente, então não ficará surpreso em saber que as duas têm exatamente o mesmo comprimento. Essa ilusão geométrica foi desenvolvida pelo médico psiquiatra alemão Franz Müller-Lyer (1857 – 1916), em 1889. O desenho leva à ideia de que duas retas idênticas, mas com ângulos invertidos em suas extremidades, aparentam possuir tamanhos distintos: a do ângulo voltado para dentro aparenta ser menor, para a maioria das pessoas. Há variações da ilusão de Müller-Lyer, e muitas delas estão presentes em outras ilusões.
Ilusão de Ponzo
Vamos agora à ilusão de Ponzo: esse caso, que envolve ótica e geometria, foi mostrado pelo psicólogo Mario Ponzo (1882 – 1960) em 1911. Para demonstrar que a mente humana faz julgamentos do tamanho de um objeto baseado em seu fundo, o italiano perguntou, entre essas duas barras pretas menores logo abaixo, qual delas é a maior.
Você já deve estar mais esperto, então, irá responder que possuem o mesmo comprimento. Bingo! “Esses blocos têm as mesmas dimensões, mas o da direita parece ser maior”, indica o professor de física Patrick Almeida Pinto. Como a origem das linhas está mais próxima ao bloco da direita, em um ponto onde a abertura das linhas é menor, a visão humana nos engana.
“Nosso cérebro interpreta a perspectiva, o que nos leva a crer em magnitudes distintas para coisas do mesmo tamanho”, elucida o professor. Ou seja, um objeto mais distante deveria ser mais comprido do que um mais próximo para produzir imagens na retina que pareçam, para nosso cérebro, do mesmo tamanho!
LEIA TAMBÉM!
- O que é ilusão de ótica? Qual a relação com o cérebro?
- Tabuleiro de xadrez de Sayumi: conheça essa ilusão de ótica incrível
- Sabia que você é enganado pelo seu cérebro todos os dias? Entenda!
TEXTO e EDIÇÃO: Ricardo Piccinato