Ao precrastinar, a mente se ocupa em resolver muitas tarefas e não estabelece determinado esforço para as mais importantes. Uma das consequências desse comportamento é a distração, que faz com que as obrigações irrelevantes ganhem atenção e as pessoas se empenhem em resolvê-las somente para se livrar de pendências.
No entanto, esse comportamento pode se refletir na maneira como lidamos com situações mais complexas. De acordo com Leila Sleiman El Kadri, psicóloga clínica e atuante na área de terapia cognitivo-comportamental, o precrastinador não consegue estabelecer prioridades. “Com o objetivo de eliminar tarefas a serem feitas, ele acaba por realizar todas as pequenas e evita as atividades mais complexas”, explica.
Falsa produtividade
Uma explicação provável é que a conclusão de uma tarefa por si só já seria gratificante, mesmo que esta não seja tão relevante. Contudo, essa sensação pode trazer a impressão de produtividade, que nem sempre é verdadeira e rompe certas expectativas.
O mastercoach Sulivan França afirma que um funcionário, por exemplo, pode ser cobrado caso tenha resolvido uma série de obrigações secundárias e deixado as prioridades de lado. Nesse caso, se ele deixou de fazer, involuntariamente, os afazeres prioritários, será decepcionante ouvir uma cobrança, visto que o precrastinador acredita ser produtivo. “Quando alguém acaba o cobrando pelo resultado, fica difícil entender o porquê de não estar sendo elogiado. Isso vai gerando uma bola de neve. O precrastinador fica insatisfeito e acredita não estar sendo reconhecido”, explica Sulivan.
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Texto: Angelo Matilha Cherubini Edição: João Paulo Fernandes Consultoria: Leila Sleiman El Kadri, psicóloga clínica e atuante na área de terapia cognitivo-comportamental; Sulivan França, mastercoach