Nem sempre estar desacompanhado significa estar só. Às vezes, querer ficar sozinho faz bem, principalmente ao perceber que antes de estar com alguém, precisamos estar juntos de nós mesmos, pois quando não se é capaz de inventar uma vida interessante consigo mesmo, dificilmente viverá um momento bom com outra pessoa.
SOLIDÃO X SOLITUDE
Etimologicamente não há diferença entre os dois termos. Entretanto, a concepção que se tem desenvolvido contemporaneamente sobre uma e outra – e o uso que dessas palavras se faz – guarda diferenças significativas.
Em geral, tem-se atribuído à solidão uma concepção negativa e, inversamente, à solitude uma concepção positiva. Para entender mais sobre os sentidos dados por essas palavras, consultamos especialistas que explicam as diferenças.
De acordo com a psicóloga Márcia Mathias, a solidão significa estar afastado das pessoas, não querer ou não poder se relacionar; já solitude é a possibilidade de viver sua individualidade sem ter que entrar em conflito com parceiros. É poder curtir estar só, mas ter a possibilidade de estar junto quando quiser.
Compartilhando desse mesmo pensamento, Roberto Debski pontua que a solidão é a vivência negativa de estar só. O solitário não tem escolha, ele sente que precisa ficar sozinho, não consegue por muito tempo estar com outros, e isto se deve a alguma dificuldade em relacionar-se com os outros.
A solitude por outro lado é uma virtude, que ocorre quando a pessoa aprecia estar consigo mesma, gosta de si e de sua própria companhia, sem abrir mão de estar com outros e do prazer de compartilhar experiências e sentimentos nos momentos em que isto ocorrer e for uma escolha consciente. É a pessoa que está emocionalmente preparada para qualquer tipo de relacionamento, por estar completa em si mesma, tem conteúdo afetivo e pode doar aos outros.
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Texto: Nathália Piccoli